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Mesmo em prisão domiciliar, lobista seguia negociando sentenças, aponta investigação

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por Alisson Gonçalves

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (3) uma nova fase da Operação Sisamnes contra o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, em Primavera do Leste (240 km de Cuiabá).

Mesmo após conseguir prisão domiciliar em julho deste ano, sob a alegação de fragilidade de saúde, ele continuava atuando em negociações de sentenças judiciais, segundo revelou a revista Piauí.

O mandado de busca e apreensão foi autorizado pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), após indícios de que o lobista seguia influente no esquema investigado.

Durante a operação, agentes apreenderam celulares e prenderam o policial militar Djair Silvestre Santos, segurança de Andreson, acusado de tentar esconder um aparelho para obstruir as apurações.

Preso pela primeira vez em novembro de 2024, Andreson foi apontado pela PF como peça-chave em um esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e em outros estados.

Ele deixou a prisão no meio deste ano após apresentar laudo médico que apontava risco de morte. À época, imagens mostravam o lobista com aparência debilitada, quase “esquelética”.

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Apesar disso, a nova investigação sugere que, mesmo restrito à prisão domiciliar, Andreson manteve sua rede de contatos e negociações.

A suspeita levantou dúvidas sobre sua real condição clínica, levando Zanin a designar um perito para avaliar sua saúde e definir se há possibilidade de retorno ao sistema prisional.

A Operação Sisamnes teve início em dezembro de 2023, após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá.

No celular da vítima, o Ministério Público de Mato Grosso encontrou diálogos que revelavam compra de sentenças judiciais e conversas com desembargadores.

O material foi enviado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), resultando no afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho.

As mensagens também mostravam a relação de proximidade entre Zampieri e Andreson, que afirmava ter acesso a gabinetes de ministros do STJ, antecipava minutas de decisões e relatava pagamentos a assessores em troca de sentenças favoráveis.

Com a nova ofensiva, a PF busca comprovar que o lobista continuava articulando o esquema de dentro de casa, desrespeitando as restrições impostas pela Justiça e colocando em xeque o benefício da prisão domiciliar.

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Polícia Federal

PM aposentado tentou esconder celular em banheiro durante operação da PF em MT

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por Alisson Gonçalves

O policial militar aposentado Dejair Silvestre dos Santos tentou esconder o próprio celular no banheiro da casa do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves durante uma operação da Polícia Federal (PF) em Primavera do Leste, a 234 km de Cuiabá.

O caso aconteceu na última sexta-feira (3), durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão da Operação Sisamnes, que apura um esquema de compra de decisões judiciais em tribunais superiores.

De acordo com o relatório da PF, os agentes chegaram ao condomínio por volta das 6h da manhã e encontraram Dejair na garagem da residência.

Assim que percebeu a chegada da viatura, o militar saiu correndo, subiu as escadas e tentou esconder o celular em um compartimento embaixo da pia do banheiro.

Durante a busca, o policial negou ter um telefone, mas os agentes localizaram o aparelho minutos depois.

“O celular estava bem escondido em um compartimento sob a pia, e ao tocar nele apareceu a foto de Dejair”, relatou o agente Jefferson Coutinho Júnior, que participou da ação.

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A tentativa foi interpretada como obstrução de investigação, já que o alvo da operação era o lobista Andreson, investigado por intermediar decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e de outros tribunais. Além do celular, a PF apreendeu uma pistola calibre .380, 34 munições e dois carregadores com o militar aposentado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, afirmando que Dejair atuava como segurança armado do lobista e poderia integrar a organização criminosa. O pedido foi aceito pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na decisão, Zanin afirmou que o comportamento de Dejair demonstra risco à investigação. “A ação de tentar suprimir elementos de prova, aliada ao fato de se tratar de segurança armado com formação policial militar, justifica a medida extrema”, escreveu o ministro.

Em nota, o advogado de defesa Lucas Curvo Figueiredo negou que o cliente tenha tentado obstruir a investigação. “A defesa respeita a decisão, mas dela discorda. O investigado permanece à disposição da Justiça e confia no pleno esclarecimento dos fatos”, afirmou.

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