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Custo de produção e sistema integrado ameaçam sobrevivência do suinocultor independente

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De acordo com Aréssio Paquer, produtor de Nova Mutum, o cenário para os próximos meses não é dos melhores e os prejuízos devem continuar

A crise na suinocultura mato-grossense que se arrasta há meses e que parece não ter previsão de melhora tem tirado o sono dos suinocultores que lutam para se manter na atividade no estado. Trabalhando com prejuízos milionários por conta do alto custo de produção e do baixo preço pago ao produtor, suinocultores de várias regiões do estado precisaram fazer adequações na produção para tentar amenizar as perdas, mas ainda assim não conseguiram tornar a atividade rentável novamente.

Para o suinocultor Aréssio Paquer, que faz parte da Cooperativa Agropecuária Mista de Nova Mutum (Coopermutum), além do custo de produção, o sistema integrado, em que o suinocultor recebe da agroindústria toda a estrutura para desenvolver a atividade, mas com remuneração atrelada ao desempenho da granja, tem sufocado e retirado suinocultores independentes do mercado.

“Essa crise prolongada não afeta nas mesmas proporções as grandes empresas, que possuem condições financeiras melhores e suportam por mais tempo a crise, e com isso podem se aproveitar do momento de dificuldades dos independentes e ganhar ainda mais mercado com o sistema integrado. Nesse cenário, o suinocultor se torna um prestador de serviço, ele ganha por produtividade, os riscos são menores, assim como o lucro, que fica todo na mão das agroindústrias”, desabafa.

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“Na minha opinião não é o modelo socialmente mais justo, pois as grandes empresas vão poder controlar o mercado, ter uma margem de lucro maior e ainda retirar o produtor rural independente do mercado. Mas, com a crise se arrastando por tanto tempo, o produtor independente não tem condições financeiras para permanecer na atividade e não consegue competir com as grandes empresas, sendo assim ou encerra a atividade ou se torna mais um integrado”, completa Paquer.

Para tentar amenizar os prejuízos em sua granja, o suinocultor de Nova Mutum conta que fez mudanças em sua produção e passou a enviar animais para abate com peso menor do que antes da crise. “O normal era enviar animais para abate com peso na casa dos 130 kg, mas esse cenário se tornou completamente inviável com o aumento dos prejuízos e o prolongamento da atual crise. Para reduzir os custos foi preciso mudar esse cronograma. Agora os animais são entregues para abate com aproximadamente 105 kg e por isso passam menos tempo nas granjas e dessa forma conseguimos diminuir o consumo do milho, um dos vilões neste momento”, aponta.

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Segundo ele, somente nos primeiros quatro meses deste ano o prejuízo na sua atividade está próximo de R$ 1,2 milhão, e a projeção para curto prazo não é das melhores. “Em uma conta por cima, levando somente em consideração os custos com o milho,  acredito que nos próximos 14 meses, se o

cenário não mudar, o prejuízo será superior a R$ 3,6 milhões”, estima.

Para tentar mitigar a crise no setor, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), tem articulado com os governos estadual e federal, além de unir forças com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), para o reconhecimento da situação de emergência na suinocultura, o que permitiria a implantação de incentivos aos produtores.

“Apesar das várias tentativas por parte dos suinocultores de melhorar o setor, não se vê perspectivas de melhoria. Por isso precisamos do apoio dos governos e que estes criem mecanismos que ajudem os produtores neste período de crise”, afirma o presidente da Acrismat, Itamar Canossa.

De acordo com relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o quilo do suíno vivo atingiu na última semana de abril a marca de R$ 5,18, enquanto o valor do custo de produção permanece acima dos R$ 6,50.

 

Paola Carlini
Fabiana Reis

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“A carne mato-grossense é uma das mais orgânica do mundo”, afirma Otaviano Piveta ao destacar que o Estado vai mostrar seu modelo produtivo na COP-30

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por Nayara Cristina

MORATÓRIA DO BOI

O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Piveta, afirmou que o Estado vai apresentar ao mundo, durante a COP-30, o resultado de um trabalho contínuo de sustentabilidade e responsabilidade ambiental que tem transformado o setor produtivo mato-grossense em referência internacional. Segundo Piveta, Mato Grosso tem reduzido o desmatamento ilegal e ampliado práticas sustentáveis no campo, especialmente na pecuária e na agricultura, setores que sustentam a economia estadual.

Durante entrevista, ao ser questionado sobre o tema da moratória do boi — levantado por um jornalista que comparou a política à moratória da soja —, o vice-governador destacou que o Estado já adota um modelo produtivo com responsabilidade ambiental e transparência.

“O IMAC, que é presidido pelo Caio, tem feito um trabalho extraordinário para a imagem da nossa carne bovina. E, de fato, Mato Grosso produz com sustentabilidade. A nossa carne bovina, além de ser a mais orgânica do mundo, é também responsável. E é isso que vamos mostrar na COP-30: o nosso sistema produtivo, que é exemplo para o país e para o mundo”, declarou.

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Piveta enfatizou que o governo estadual vem empreendendo, desde 2019, uma série de políticas públicas voltadas à redução de custos de produção e à modernização da infraestrutura, com o objetivo de fortalecer a competitividade da carne e de outros produtos do agronegócio mato-grossense sem comprometer o meio ambiente.

“Estamos fazendo novas estradas, diminuindo tributos e facilitando a vida das empresas e dos frigoríficos. O governo tem feito o possível para que a nossa produção seja cada vez mais eficiente e competitiva”, pontuou o vice-governador.

Questionado sobre as críticas internacionais que associam o Brasil e o Estado de Mato Grosso ao desmatamento, Piveta foi enfático ao afirmar que o governo tem atuado com firmeza para eliminar práticas ilegais.

“Nós estamos mostrando que não há desmatamento ilegal sendo tolerado. O monitoramento é constante, dia a dia, hora a hora, e há de quem cometer qualquer tipo de desmate ilegal. Temos combatido isso com toda a veemência desde o início da gestão”, reforçou.

Mesmo diante de dados que ainda colocam o Estado entre os líderes de desmatamento no país, Piveta defendeu que Mato Grosso tem feito avanços reais e permanentes no combate às irregularidades ambientais.

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“O Brasil ainda carrega essa imagem de ser um país que desmata muito, e pode haver um fundo de verdade nisso. Mas aqui em Mato Grosso o trabalho é sério. Nós reduzimos o desmatamento ilegal e seguimos vigilantes para que a produção aconteça dentro da legalidade”, disse.

Otaviano Piveta afirmou ainda que o governo estadual pretende usar a COP-30 como vitrine para demonstrar que é possível conciliar desenvolvimento econômico e conservação ambiental. Segundo ele, Mato Grosso tem todas as condições para ser um exemplo de equilíbrio entre produtividade, tecnologia e sustentabilidade.

“O mundo vai conhecer na COP-30 a carne mais sustentável do planeta e um Estado que trabalha para manter a floresta em pé sem abrir mão do progresso”, finalizou o vice-governador.

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