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Por Alisson Gonçalves

Sandro Silva Rabelo, conhecido como “Sandro Louco”, condenado a mais de 160 anos de prisão e identificado como um dos principais líderes de uma facção criminosa em Mato Grosso, afirmou em depoimento que deseja mudar de vida após cumprir sua pena no regime fechado.

A declaração foi feita à Justiça durante o processo relacionado à Operação Ativo Oculto, que investiga crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, Sandro também pediu ao juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal, que fosse autorizado a jogar futebol dentro da unidade prisional.

“Poxa, Dr. Jean, deixa eu entrar para o sistema pelo menos para jogar uma bola. É coisa que eu gosto de fazer. Eu não estou pedindo nada demais para o senhor”, implorou.

No depoimento, Sandro enfatizou sua vontade de se redimir e reconstruir sua vida.

“Eu quero mudar minha vida, não precisa ninguém acreditar em mim, eu que tenho que mostrar”, disse, ressaltando sua fé de que conseguirá concretizar essa mudança ao completar sua pena. “Eu tenho fé em Deus que vou sair daqui, completando esses 30 anos, e vou mostrar que quero mudar minha vida.”

Operação Nexus e investigações:

Parte do depoimento de Sandro subsidiou a Operação Nexus, deflagrada recentemente pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

A operação investiga supostos vínculos entre agentes penitenciários e facções criminosas dentro da PCE. O réu relatou que a cantina da unidade prisional estaria sendo usada para movimentações milionárias sem fiscalização, envolvendo servidores e reclusos.

Segundo o Gaeco, a Associação dos Servidores da Penitenciária Central teria movimentado mais de R$ 13 milhões entre 2019 e 2023, apesar de não possuir capital social.