AGRONEGÓCIOS
Produtores pressionam por agilidade na liberação de crédito rural
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) cobrou, nesta terça-feira (21.10), que o governo federal acelere o acesso às linhas de crédito para o setor. Quase 50 dias após o anúncio da Medida Provisória 1.314/2025, produtores rurais ainda esperam a operacionalização das linhas de crédito rural emergencial.
Prometida para socorrer agricultores atingidos por eventos climáticos extremos, a MP prevê R$ 12 bilhões ― com previsão de ampliação para R$ 20 bilhões ― voltados a liquidação e amortização de dívidas, mas o recurso enfrenta entraves burocráticos e segue praticamente inacessível nas principais instituições financeiras do país.
Num encontro entre lideranças da FPA, executivos do Banco do Brasil e especialistas do setor, o debate girou em torno do ritmo lento de implementação da medida provisória, do aumento expressivo do endividamento rural e dos efeitos adversos da política de frete rodoviário.
Segundo levantamento da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o crédito para custeio da nova safra teve retração de 23% em relação ao ciclo anterior e os investimentos caíram 44%. A inadimplência saltou para 5,14%, a maior desde 1995. Os números da Serasa Experian reforçam o alerta: pedidos de recuperação judicial no campo quadruplicaram, com 566 casos só em 2024.
Em regiões como o Sul, atrasos na liberação de crédito — somados aos impactos de enchentes e secas — comprometem o calendário de plantio e agravam o passivo dos produtores. Agricultores e entidades relatam sensação de abandono e falta de interlocução: “O sistema não está disponível”, afirmam nas agências, enquanto o Banrisul é o único a confirmar início efetivo das operações. O risco social é evidente: relatos de suicídio entre produtores rurais se multiplicam, trazendo à tona o drama do campo, historicamente pouco abordado nas estatísticas oficiais.
No Parlamento, a FPA cobra urgência na votação das novas regras de seguro rural e defende destinação de recursos adicionais, já que os atuais R$ 12 bilhões não chegam nem perto de cobrir o déficit de estados como o Rio Grande do Sul, com cerca de R$ 30 bilhões em dívidas renegociadas. Deputados ressaltam que, apesar dos anúncios do Executivo, os recursos subsidiados ainda não alcançaram a ponta, e medidas como anistia de dívidas ficaram na promessa.
O debate sobre o piso mínimo do frete rodoviário adiciona mais pressão. Entidades do agro entregaram carta à FPA pedindo revisão urgente na metodologia da Agência Nacional de Transportes Terrestres. Para o setor, a defasagem dos cálculos eleva custos logísticos e compromete a competitividade nacional frente a exportadores estrangeiros, dificultando ainda mais a recomposição financeira dos produtores.
Economistas alertam para o risco de agravamento da crise de crédito rural, já que as margens negativas e a alta dependência de financiamento tornam parte dos produtores vulneráveis à inadimplência e à perda do patrimônio. A avaliação é que faltam garantias, sistema de seguro robusto e um modelo logístico capaz de equilibrar custos e receitas no setor produtivo.
Enquanto a promessa do Banco do Brasil é liberar crédito “até o fim da semana”, iniciativas parlamentares sugerem reformulação estrutural. As propostas incluem diálogo técnico para apoiar pequenos produtores e arrendatários, políticas públicas focadas no seguro rural e no acesso ao crédito, além de transparência na aplicação dos recursos. A expectativa é que o governo mobilize, já neste ciclo, mecanismos concretos para garantir estabilidade, competitividade e previsibilidade ao campo brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
AGRONEGÓCIOS
Brasil retoma exportações de carne de frango e amplia acesso de produtos agropecuários à Malásia
Em missão oficial ao Sudeste Asiático, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se nesta sexta-feira (24) com o ministro da Agricultura e Segurança Alimentar da Malásia, Mohamad Sabu. O encontro resultou na retomada do comércio de carne de frango brasileira com o país asiático e na abertura de seis novos mercados para produtos agropecuários do Brasil.
A reunião integra a missão liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que realiza visitas oficiais à Indonésia e à Malásia entre os dias 23 e 28 de outubro, com foco no fortalecimento das parcerias estratégicas e na ampliação da presença brasileira na região.
Entre os principais temas discutidos esteve a reabertura do mercado malaio para a carne de frango brasileira, suspenso em razão de medidas sanitárias relacionadas à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). O ministro Fávaro destacou a importância de reduzir o período de interdição, atualmente de 12 meses, e de implementar o sistema de regionalização, permitindo a retomada mais ágil das exportações de carne de frango e material genético avícola.
“Chegamos da Indonésia à Malásia e viemos direto para o Ministério da Agricultura malaio, onde realizamos a primeira reunião bilateral com ótimas notícias. A principal delas é a retomada do comércio de frango brasileiro com a Malásia, um processo que poderia levar 12 meses, mas conseguimos antecipar para apenas três”, afirmou Fávaro.
O encontro também ampliou o acesso de novos produtos brasileiros ao mercado malaio. O governo da Malásia autorizou a importação de pescados extrativos e de cultivo, gergelim, melão e maçã, além de formalizar a abertura do mercado para ovos em pó e antecipar a missão de auditoria que avaliará 16 plantas brasileiras de carne suína.
“Frango, suínos, frutas, grãos, gergelim, ovos. É o Brasil gerando oportunidades na Malásia, abrindo espaço para nossos produtores e fortalecendo o agronegócio brasileiro”, comemorou o ministro Fávaro.
A reunião marcou mais um avanço na missão brasileira ao Sudeste Asiático, reforçando o papel do Brasil como parceiro estratégico na segurança alimentar global.
COMÉRCIO BRASIL-MALÁSIA
Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Malásia alcançou US$ 487,2 milhões, sendo US$ 346,4 milhões em exportações brasileiras e US$ 140,9 milhões em importações. A Malásia ocupa a 23ª posição entre os principais destinos das exportações do Brasil.
No agronegócio, o Brasil exportou US$ 1,26 bilhão em 2024, com destaque para açúcar de cana em bruto, milho e algodão.
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