Mulher
Lavanderias públicas reduzem a sobrecarga e ampliam autonomia das mulheres
Neste Dia Internacional dos Cuidados e do Apoio, celebrado nesta quinta-feira (29), o Ministério das Mulheres anuncia a destinação de R$ 13 milhões para a implementação de 17 lavanderias públicas e comunitárias em todo o país. Os espaços estão transformando o cuidado em política de Estado.
Mais do que um espaço para o compartilhamento da lavagem de roupas, esses equipamentos gratuitos oferecem estruturas eficientes, oficinas e outras atividades, liberando o tempo das mulheres, antes consumido pelo trabalho doméstico, e abrindo espaço para estudo, lazer, convivência e formação.
A iniciativa integra as ações do Plano Nacional de Cuidados, que visa garantir os direitos estabelecidos pela Política Nacional de Cuidados, sancionada em dezembro de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O modelo une eficiência, corresponsabilidade e inovação social, reduzindo a sobrecarga que recai historicamente sobre as mulheres.
“As lavanderias públicas são um exemplo concreto de como políticas de cuidado podem transformar vidas. Quando liberamos tempo para as mulheres, estamos devolvendo dignidade, autonomia e oportunidade de participação plena na sociedade. Não se trata apenas de lavar roupas, mas de mudar uma cultura e garantir justiça de gênero”, afirma a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.
Mais tempo para investir na carreira
A artesã Isabel Santiago, de 53 anos, realizava a lavagem das roupas diariamente, à mão. Com os equipamentos públicos instalados em Caruaru (PE), ela ganhou mais conforto e tempo para investir na venda de seu artesanato.
“Antes eu lavava roupa à mão, porque o meu tanquinho estava quebrado. Não sobrava tempo para nada, porque eu lavava diariamente, por etapas. Quando veio a lavanderia, minha vida mudou, porque eu lavo todas as roupas em um único dia, tendo o restante da semana para fazer outras coisas, como o meu artesanato, ir ao médico e aproveitar minha família”, destacou.
Às terças-feiras, pela manhã, o momento se transformou em eficiência na lavagem das roupas e em troca de experiências com outras mulheres que também utilizam a lavanderia.
“Enquanto as roupas batem, nós fazemos a limpeza da horta e aproveitamos para colher alimentos como tomate, alface e cebolinha. É uma parte muito legal, porque as mulheres trocam ideias sobre artesanato. As mais experientes ensinam as mulheres que nunca fizeram artesanato a dar os primeiros passos. Acho que todas conseguem fazer as coisas, basta acreditar. Nós somos capazes de tudo”, enfatizou Santiago.
Com o uso da lavanderia pública de Caruaru (PE), a auxiliar de educação infantil Ingrid dos Santos, de 39 anos, ganhou mais tempo para se dedicar aos estudos. Casada e mãe de dois meninos, de 4 e 6 anos, atualmente ela consegue dividir o tempo livre entre cursar pedagogia e fazer estágio na área.
“A lavagem de roupa é a tarefa que mais consome tempo na vida das mulheres. Eu estava muito atrasada nos trabalhos da faculdade por falta de tempo, principalmente pelo cuidado com meus filhos pequenos. Cheguei a pensar em desistir, mas decidi continuar. A lavanderia veio para somar, porque sobra um tempinho para cuidar da família e me dedicar aos estudos”, detalhou.
As lavanderias públicas também oferecem acolhimento e qualificação profissional por meio de oficinas e cursos gratuitos.
“Há algumas mães solo que precisam de ajuda e de uma palavra amiga, e a lavanderia trouxe isso, essa troca de conhecimento e amizades. A comunidade em que vivemos é muito carente, e esse suporte, com cursos, faz toda a diferença, principalmente para obter uma renda extra”, festejou ela.
Estrutura e funcionamento
As lavanderias contam com áreas de lavagem e secagem, sala multiuso para cursos e oficinas, brinquedoteca e recepção. Além da estrutura física, os espaços abrigam atividades formativas em temas como economia feminista e divisão justa do trabalho doméstico, além de ações culturais e de lazer, garantindo que o tempo liberado seja reapropriado em aprendizagens, convivência e autonomia.
“O Brasil precisa reconhecer o cuidado como um direito e uma responsabilidade coletiva. As lavanderias públicas mostram que é possível unir eficiência, sustentabilidade e inclusão social em um mesmo equipamento, fortalecendo a autonomia das mulheres e estimulando a participação de toda a comunidade”, destaca Rosane Silva, secretária nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados.
Com máquinas de alta eficiência, as lavanderias também reduzem o consumo de água e energia e promovem reúso de recursos, reduzindo o impacto ambiental. Além disso, reduzem os gastos dos domicílios com contas de água e energia. Enquanto as roupas são lavadas, mulheres podem participar de oficinas e formações, com filhos acolhidos na brinquedoteca, e homens e jovens são convidados a participar das atividades, desconstruindo a ideia de que lavar roupa é “trabalho de mulher”. O objetivo é estimular o compartilhamento das responsabilidades de cuidado no âmbito familiar e comunitário, ampliando as possibilidades de participação social e econômica das mulheres.
Investimentos e expansão
A primeira unidade foi inaugurada em maio de 2025, em Caruaru (PE), com investimento de R$ 471,8 mil, e já funciona como espaço comunitário que abriga sala multiuso para formações, brinquedoteca, horta comunitária e área de convivência. Também foram firmados convênios para a implementação de duas lavanderias em Petrópolis (RJ), com aporte de R$ 621,8 mil, e outras duas no Piauí (Teresina e Parnaíba), com investimento de R$ 1,3 milhão. Estados como Ceará e Bahia também estão em diálogo com o Ministério das Mulheres para receber unidades.
Ao todo, R$13 milhões serão investidos para a implementação de 17 lavanderias em todo o país em uma parceria entre o Ministério das Mulheres e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. A meta do governo é consolidar esses espaços como centros comunitários vivos, integrando serviços de cuidado com atividades educativas, culturais e de lazer. Mais do que máquinas de lavar disponíveis para a população, representam a possibilidade de transformar tempo em oportunidade, garantindo às mulheres o direito de decidir como usar suas horas livres e reafirmando que o cuidado é responsabilidade de toda a sociedade.
Sobrecarga que limita oportunidades
O peso do trabalho de cuidados no Brasil é expressivo: os dados mais recentes da PNAD Contínua 2022 mostram que as mulheres dedicam, em média, 21,3 horas semanais a afazeres domésticos e cuidados de pessoas – quase o dobro da média dos homens (11,7 horas). Entre mulheres negras e de baixa renda, as jornadas são ainda mais longas.
Entre as mulheres idosas de 60 a 69 anos, a média de horas dedicadas ao trabalho de cuidados é ainda maior, somando 24 horas semanais. Mesmo as mulheres de 80 anos ou mais permanecem cuidando intensamente. Entre elas, estas jornadas são de 17 horas semanais (PnadC, 2021).
Sobre a Política e o Plano Nacional de Cuidados
As Lavanderias Públicas e Comunitárias se somam a outras ações do Plano Nacional de Cuidados, como as Cuidotecas e o Projeto Mulheres Mil: Trabalho Doméstico e Cuidados. O objetivo é ampliar a oferta pública de cuidado e fortalecer a autonomia econômica das mulheres.
Instituída pela Lei nº 15.069/2024 e regulamentada pelo Decreto nº 12.562/2025, a Política Nacional de Cuidados estabelece o cuidado como direito de todas as pessoas e como responsabilidade compartilhada entre Estado, famílias, sociedade civil e setor privado, e entre homens e mulheres. O Plano Nacional de Cuidados, como instrumento de implementação dessa política, reúne ações interministeriais e será detalhado por portaria conjunta dos ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, das Mulheres e dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Mais informações para a imprensa:
Tel.: (61) 2027-3676 | E-mail: [email protected].
Fonte: Ministério das Mulheres
Mulher
Márcia Lopes destaca compromisso com equidade de gênero em Fórum de Mulheres na Saúde
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participaram nesta terça-feira (28) do Fórum de Mulheres na Saúde, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O grupo, que atua de forma consultiva e propositiva, aborda temas fundamentais para a saúde das mulheres, reforçando o compromisso do Governo do Brasil com a equidade de gênero e a valorização feminina no SUS.
Márcia Lopes ressaltou, em discurso na abertura do evento, que cuidar da saúde das mulheres fortalece a democracia e a justiça social.
“Desejamos que esse fórum seja lembrado como um grande marco de quando o Brasil decidiu, mais uma vez, colocar a vida e a saúde das mulheres no centro da agenda pública. Cuidar da saúde das mulheres é cuidar da democracia, da justiça social, do meio ambiente, da esperança, do coração, da alma, das mentes e das convivências. Significa, de fato, cuidar do futuro”, afirmou.
A mesa inaugural contou com a presença de lideranças femininas, representantes de movimentos sociais de todo o país, além da segunda-dama, Lu Alckmin, e das personalidades Luiza Trajano e Luiza Brunet, reforçando a mobilização em prol da saúde, dos direitos das mulheres e da equidade no Brasil.
A ministra enfatizou que um dos pilares do Fórum de Mulheres na Saúde é a construção coletiva, visando ao fortalecimento de políticas públicas de saúde voltadas às mulheres.
“A função do Estado é implementar políticas públicas de Estado, independentemente do perfil de quem assuma o cargo público. As diretrizes que estão na Constituição Federal, fundamentais para a consolidação do SUS, são justamente a universalização do acesso, à descentralização e a participação da sociedade”, destacou.
Políticas para as mulheres
O Fórum abordará temas como saúde sexual e reprodutiva, atenção ao parto e pós-parto, menopausa, saúde menstrual, violência de gênero, saúde mental e prevenção de cânceres femininos. A próxima reunião está marcada para janeiro de 2026.
“É uma alegria instalar esse fórum, demanda que combinamos durante a transição de cargo. Esse é um espaço de articulação da sociedade civil, pois acreditamos que qualquer política pública deve ter um espaço permanente com as lideranças da sociedade civil que poderão interagir e cobrar, sobretudo quando tratamos da saúde integral das mulheres, prioridade absoluta do presidente Lula e do Ministério da Saúde”, disse o ministro Alexandre Padilha.
O lançamento do Fórum integra um conjunto de ações do Governo do Brasil para promoção dos direitos e ampliação do acesso à saúde das mulheres, incluindo o programa Dignidade Menstrual, que beneficia 3,7 milhões de mulheres e meninas com a distribuição gratuita de absorventes.
Mulheres no SUS
Atualmente, as mulheres representam 65% dos profissionais de saúde no país e 75% da força de trabalho do SUS, totalizando mais de 2 milhões de trabalhadoras.
Fonte: Ministério das Mulheres
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