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Encontro das Redes Ecoforte inaugura nova abordagem de monitoramento das políticas públicas de sistemas alimentares

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Antecedendo a programação do 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), o Encontro das Redes Ecoforte reuniu representantes de 41 redes territoriais de agroecologia apoiadas pelo Programa Ecoforte. O evento, realizado nos dias 14 e 15 de outubro, na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Campus III, marcou a retomada de uma das principais ações estruturantes da Política e do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO e PLANAPO). 

Para Marcelo Fragozo, membro da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO) e representante da Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR), o Ecoforte é um exemplo concreto de inovação na gestão de políticas públicas.

“O Programa Ecoforte reúne três dimensões fundamentais: a participação social, a transversalidade e a abordagem territorial, que garante que as ações se adequem às realidades locais e que as soluções surjam de quem vive e trabalha nesses espaços”, destacou Fragozo.

Segundo Fragozo, o governo está comprometido em fortalecer a parceria com a sociedade civil para consolidar políticas estruturantes da agroecologia e do desenvolvimento sustentável, um caminho que, afirma, deve ser percorrido coletivamente.

Proposto pela CNAPO e pela Fundação Banco do Brasil (FBB), com o apoio de diversos parceiros, como o Comitê Chico Mendes, a AP1MC e a Conab, o Encontro reuniu cerca de 80 representantes de redes de agroecologia, extrativismo e produção orgânica de todas as regiões do país.

O principal objetivo foi promover a integração entre as redes, que se preparam para a execução de seus projetos, e realizar um alinhamento com o histórico e o contexto do Programa Ecoforte. A partir dessa mobilização, o evento também inaugura uma abordagem inovadora de monitoramento participativo das políticas públicas voltadas à transformação dos sistemas alimentares, com base nos territórios e na participação social.

Na abertura do Encontro, representantes do governo e da sociedade civil destacaram a importância da abordagem territorial e da participação social na construção de políticas públicas. O representante da sociedade civil na CNAPO, Rogério Dias, ressaltou o papel das redes como base do programa e o desafio de fortalecer o monitoramento participativo como ferramenta de controle social.

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“O processo de articulação em rede nos permitiu voltar mais organizados e mais fortes. O Ecoforte é uma ação estruturante do PLANAPO”, afirmou Dias.

A Secretária-Executiva da CNAPO, Patricia Tavares, reforçou a relevância do programa. “Para a CNAPO, o Ecoforte representa um marco na forma de fazer política pública, por ser uma chamada que nasce das demandas dos próprios territórios e redes”, afirmou Patricia Tavares.

Durante o evento, também foram destacadas novas parcerias internacionais, articuladas pelo BNDES, com execução da AP1MC e apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), voltadas ao fortalecimento do sistema de monitoramento e avaliação do programa em todo o país.

Já Ynaiá Bueno, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica (CIAPO), reforçou a importância estratégica do programa.

“O Ecoforte é uma potência, um catalisador que integra e fortalece tudo o que vem sendo feito em torno das políticas públicas da agroecologia. Ele se articula com o Planapo, com o PAA, o PNAE, as políticas de juventude e tantas outras iniciativas que sustentam as organizações produtivas nos territórios”, afirmou.

Com investimento total de R$ 84,5 milhões, o Ecoforte apoiará 37 projetos em todas as regiões do Brasil, beneficiando diretamente 15 mil famílias agricultoras e cerca de 60 mil pessoas de forma indireta.

O Encontro em Juazeiro reafirmou o compromisso do governo federal com a integração das políticas públicas e com a transição agroecológica como caminho para um Brasil mais justo, saudável e sustentável.

Mais sobre o Programa – O Ecoforte é um programa que apoia redes territoriais de produção sustentável, fortalecendo práticas agroecológicas e de manejo da sociobiodiversidade, com foco na geração de renda, autonomia e segurança alimentar.

Criado em 2013, o programa é uma iniciativa da Fundação Banco do Brasil (FBB) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR), o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Banco do Brasil.

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Para Glória Batista, da coordenação do PATAC, entidade proponente da Rede de Agroecologia do Cariri Seridó Paraibano, o Ecoforte tem sido fundamental para ampliar a autonomia das mulheres e fortalecer o trabalho coletivo nos territórios.

“A rede na qual atuamos conta com 95% de mulheres envolvidas nas feiras agroecológicas e na produção de alimentos. O que o Ecoforte traz de mais inovador no campo das políticas públicas é justamente o apoio ao trabalho em rede. Muitas vezes, as políticas públicas chegam de forma difusa aos territórios. Fortalecer redes é uma forma de articular atores sociais e, ao mesmo tempo, construir políticas públicas conectadas com as realidades locais”, explica Glória.

Segundo ela, o impacto do programa se reflete diretamente na vida das mulheres agricultoras, ao ampliar a renda e garantir o acesso a mercados justos, como as feiras agroecológicas, além de aumentar a oferta de alimentos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Glória também destaca que o Ecoforte fortalece a incidência das políticas públicas com base na participação social e no diálogo entre saberes.

“O Ecoforte dá a possibilidade de fortalecer os bens comuns, como as sementes crioulas e a proteção dos biomas, mas também articula pessoas. Não existe território sem gente, sem construção de conhecimento. O aspecto inovador está exatamente nesse diálogo entre os saberes locais e a academia, na perspectiva da construção do conhecimento agroecológico. É algo bastante inovador e representa uma apropriação coletiva por parte das redes”, conclui.

Fonte: Secretaria-Geral

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Fortaleza ganha novas unidades do CAIS e Observatório inédito de Prevenção à Violência e Drogas

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Fortaleza, 23/10/2025 – A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), anunciou, nesta quinta-feira (23), um pacote de investimentos no Ceará. Entre as iniciativas estão a criação de novas unidades do Centro de Acesso a Direitos e Inclusão Social na Política sobre Drogas (CAIS), a chegada do Pronasci Juventude à capital cearense e a implantação do Observatório de Prevenção à Violência e Drogas em parceria com universidades locais. Ao todo, os recursos repassados para a cidade chegam a R$ 15,2 milhões.

Os anúncios ocorreram durante o lançamento da Nova Política Municipal sobre Drogas e Prevenção à Violência de Fortaleza, elaborada em consonância com as diretrizes nacionais. A secretária nacional da Senad, Marta Machado, destacou o caráter inovador da política municipal e a importância da integração federativa.

“É muito promissor este lançamento. Trata-se de uma política central para enfrentar desigualdades e vulnerabilidades, avançando na prevenção e no cuidado com as pessoas. Isso é inovador e merece reconhecimento”, afirmou.

O secretário municipal de Políticas sobre Drogas de Fortaleza, Técio Nunes, explicou que o município prevê que o investimento inicial terá foco em prevenção e oportunidades para jovens das periferias. “Nosso objetivo é disputar o futuro dessa juventude para um lugar melhor, apostando no cuidado, na prevenção e no acolhimento”, disse.

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Casa Fortaleza

A Senad anunciou a instalação de mais três unidades do CAIS, que receberão o nome Casa Fortaleza. O investimento federal de R$ 6 milhões será executado em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), responsável pela gestão técnica e pelo monitoramento.

Os espaços oferecerão acolhimento multidisciplinar com serviços de psicologia, assistência social, cultura, esporte, lazer, orientação jurídica, capacitação profissional e inclusão produtiva. O objetivo é integrar o público em situação de vulnerabilidade às políticas públicas de diferentes esferas.

Segundo Marta Machado, o CAIS fortalece o acesso aos serviços públicos: “Muitas pessoas que usam substâncias enfrentam estigmas que dificultam o atendimento. O CAIS atua como ponte, garantindo encaminhamento e acompanhamento para que cheguem às políticas de saúde, assistência e inclusão”, explicou.

Pronasci Juventude

Outra novidade é a chegada do Pronasci Juventude à capital, com 500 vagas voltadas a jovens, de 15 a 24 anos, em situação de vulnerabilidade socioeconômica e racial. O programa oferece suporte social e psicológico, qualificação profissional, auxílio permanência e oportunidades de inserção no mercado de trabalho formal.

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O projeto será executado em parceria com o Instituto Federal do Ceará (IFCE), com investimento anual de R$ 7,7 milhões.

Observatório de Prevenção à Violência e Drogas

Também foi anunciada a criação do Observatório de Prevenção à Violência e Drogas de Fortaleza, em parceria com a UFC, com aporte federal de R$ 1 milhão. O espaço terá como função integrar dados e pesquisas para orientar a formulação de políticas públicas com base em evidências científicas.

De acordo com Marta Machado, a inovação está no uso da ciência para orientar decisões: “Precisamos de políticas públicas baseadas em evidências, não em preconceitos. Isso significa perguntar o que funciona, onde intervir e quem mais precisa de apoio. Só assim construiremos políticas eficazes.”

O Observatório também promoverá capacitação de gestores, técnicos e pesquisadores de todo o País e será acompanhado por um Diagnóstico Municipal do Uso de Drogas, fruto de parceria entre a Senad e a UFC, com investimento adicional de R$ 500 mil.

Fonte: Ministério da Justiça e Segurança Pública

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