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Congresso Nacional aprova Medida Provisória que criou o Agora Tem Especialistas com ampla maioria

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O Congresso Nacional aprovou, nesta quarta-feira (24/9), a Medida Provisória 1.301/2025, que criou o programa Agora Tem Especialistas, maior iniciativa da história do SUS para a redução do tempo de espera por consultas, exames e cirurgias. No plenário da Câmara dos Deputados, a MP teve 403 votos a favor e foi aprovada com unanimidade no Senado. O texto agora segue para sanção presidencial.

“Lançado pelo presidente Lula para reduzir o tempo de espera por atendimento, consultas e cirurgias, o Agora Tem Especialista já contava com amplo apoio da população, do setor privado e público da saúde. A votação de hoje também mostra o amplo apoio do Congresso Nacional”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que ressaltou a aprovação por maioria esmagadora na Câmara e com unanimidade no Senado. “Isso mostra que estamos no caminho certo de atender uma preocupação da ampla maioria da população”, disse.

Para Padilha, a aprovação dá solidez às ações do programa, “sobretudo aquelas que são inovadoras, como a troca de dívidas dos planos de saúde e dos hospitais privados por mais cirurgias, atendimentos e exames; a criação do painel nacional de acompanhamento e monitoramento dos tempos de espera de cirurgias de todo o país; a qualificação da Fundação Oswaldo Cruz, do Grupo Hospitalar Conceição, da AGSUS, para colaborar com os estados e municípios a fim de fazermos mais cirurgias, mais exames, mais consultas e menos tempo de espera”, detalhou.

Para ampliar a capacidade de atendimento do SUS, o Agora Tem Especialistas mobiliza toda a estrutura de saúde do país, a pública e a privada. São dez eixos de ações que visam ampliar a oferta de serviços especializados de média e alta complexidade em seis áreas prioritárias: oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Essas iniciativas envolvem as unidades de saúde do SUS e, também, as operadoras de planos de saúde, os hospitais, as clínicas e os estabelecimentos de saúde privados que aderirem ao programa.

Carretas para levar atendimento móvel para onde a população está

Várias ações já estão em andamento, como a oferta inédita de serviços de saúde dentro de carretas estruturadas com equipamentos, equipes e insumos. O objetivo é levar atendimento móvel até onde a população está, principalmente em locais remotos e de difícil acesso. Na última semana, Goiânia (GO) recebeu o projeto-piloto da iniciativa, atendendo 94 pacientes que foram submetidos a exames de imagem, como tomografia, além de consultas ginecológicas, mamografia e ultrassonografia.

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Já nesta semana, a ação chegou a Ribeirão Preto (SP), com previsão de 120 atendimentos oftalmológicos, inclusive cirurgias, que terão um diferencial: o uso da lente dobrável, menos invasiva, além da entrega de óculos de proteção e colírios como parte do tratamento.

Em outubro, após a conclusão dessa etapa, 27 carretas estarão em funcionamento em todas as regiões do país. Elas estarão posicionadas em 22 estados em áreas urbanas sem infraestrutura física de saúde, em comunidades indígenas, quilombolas, populações do campo, da floresta e das águas. A expectativa é que, até dezembro deste ano, o país conte com 81 carretas e, até o final de 2026, com o total de 150.

Mutirões e ampliação de turno de atendimento

Outras frentes do programa visam aumentar os atendimentos nas unidades públicas de saúde. No último dia 13 de setembro, por exemplo, mutirões simultâneos em 45 hospitais universitários federais realizaram mais de 39,2 mil atendimentos, o que representa 216,1% a mais em relação aos 12,4 mil realizados em julho em ação semelhante.

Território indígenas da Amazônia também receberam mutirões de saúde do Agora Tem Especialistas: foram mais de 15,9 mil procedimentos realizados em aldeias no Alto Rio Solimões, Médio Rio Solimões e Vale do Javari. Outros estão previstos para novembro deste ano e janeiro de 2026.

Mais iniciativas em andamento são a ampliação de turnos de atendimento, como nos hospitais do Grupo Hospitalar Conceição; a aquisição de 3 mil kits de telessaúde, que começam a ser distribuídos para ampliar o atendimento especializado a distância nas UBS; e o credenciamento de instituições públicas e privadas para aumentar a oferta de núcleos de telessaúde no país.

Credenciamento de planos de saúde e hospitais privados e filantrópicos

As operadoras de planos de saúde também já podem se credenciar ao programa a fim de reforçar o atendimento da rede pública, de forma complementar. Em troca, poderão converter até R$ 1,3 bilhão/ano de dívidas de ressarcimento ao SUS em mais serviços especializados para o SUS.

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Em Recife (PE), oito pacientes do Sistema Único de Saúde foram submetidos a duas cirurgias de artroplastia de quadril com colocação de próteses, duas cirurgias de vesícula, duas tomografias e duas ressonâncias magnética por um hospital privado da Hapvida. Com unidades hospitalares em todas as regiões do país, a operadora de plano de saúde aderiu ao programa. A expectativa é expandir a oferta de serviços de saúde especializados para outros municípios e estados, na medida em que novos contratos forem firmados.

O credenciamento de hospitais privados e filantrópicos também está em andamento. Neste primeiro momento, quatro estabelecimentos devem reforçar o atendimento do SUS até o final de setembro: a Maternidade São Francisco (RJ), a Santa Casa de Misericórdia do Recife (PE), a Santa Casa de Misericórdia de Sobral (CE) e a Santa Casa de Valinhos. Atualmente, o Ministério da Saúde analisa 190 manifestações de entidades interessadas em atender pacientes do SUS para receberem créditos financeiros, que poderão abater até R$ 2 bilhões de dívidas por ano.

Rede nacional integrada de prevenção, diagnóstico e controle do câncer

Lançado em São Paulo, o Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer deve reduzir de 25 dias para 5 dias o resultado do parecer médico. Trata-se de uma rede nacional integrada que, com tecnologia de ponta e foco em telemedicina, tem capacidade para realizar até 1 mil laudos por dia e 400 mil por ano. A unidade pode realizar mais da metade dos exames necessários para o diagnóstico de câncer no Brasil.

O programa também já entregou 12 aceleradores lineares para GO, CE, MG, PB, PE, PR, RS e SP. Além disso, o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) aprovou projetos oncológicos para aquisição de mais 13 aceleradores e três tomógrafos por entidades filantrópicas e hospitais de excelência. Até o final de 2026, serão entregues 121 aceleradores para todo o país.

Talita de Souza
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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Saúde

Plano de Ação em Saúde de Belém é apresentado em Nova York em evento global

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A vice-ministra da Saúde do Brasil, Mariângela Simão, apresentou nesta quarta-feira (24), na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York (EUA), a versão atualizada do Plano de Ação em Saúde de Belém. Trata-se da principal proposta do Brasil para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), cujo teor foi compartilhado com autoridades internacionais ligadas às áreas de clima e meio ambiente. Eles participaram do evento Advancing Climate & Health Action on the Road, que integra as atividades preparatórias para a COP 30, que será realizada em Belém (PA), no Brasil, em novembro de 2025.

Realizado pelo Governo do Brasil em parceria com a Fundação Rockefeller, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o evento buscou ampliar a conscientização e estimular a adesão dos países ao plano. Para a sua construção, o Ministério da Saúde promoveu um processo participativo com o envolvimento de atores estratégicos e a mobilização do apoio internacional. O encontro contou com representantes da presidência da COP30, do Ministério da Saúde e de órgãos da área climática.

Às autoridades, a vice-ministra da Saúde do Brasil destacou as iniciativas que fazem parte do plano: “Estamos construindo coletivamente uma agenda de trabalho para o futuro, que une saúde e clima, fortalecendo a adaptação e a resiliência do setor da saúde frente às mudanças climáticas. O Plano de Ação propõe linhas claras: vigilância e monitoramento, políticas baseadas em evidências e inovação. Nossa ambição é que, até a COP30, tenhamos uma agenda sólida, fruto de um processo inclusivo, capaz de responder às necessidades das pessoas e de orientar os países na proteção da saúde em um mundo em transformação”, afirmou.

Ainda durante a agenda, Mariângela Simão explicou a ausência do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.  “O ministro da Saúde do Brasil não pôde estar presente em razão das restrições impostas ao seu visto pelo governo americano. Ele só poderia andar por cinco quarteirões, até mesmo para atendimento médico. Ainda assim, o Ministério da Saúde segue plenamente engajado neste processo e reafirma o seu compromisso em integrar a saúde à agenda climática global. Aproveito, também, para agradecer às instituições parceiras – como a Partners Foundation, o Wellcome Trust e a Fundação Gates – pelo apoio constante a essa construção coletiva”, ressaltou.

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No Dia da Saúde na COP30, marcado para 13 de novembro de 2025, o Brasil deve anunciar contribuições de diversos países ao Plano de Ação em Saúde de Belém, reforçando o compromisso de avançar a estratégia em nível nacional, rumo ao próximo Balanço Global do Acordo de Paris (GST), que ocorrerá em 2028 e avaliará coletivamente o progresso dos países nas metas climáticas.

A COP30 definiu 30 objetivos-chave para a ação climática, entre eles a promoção de sistemas de saúde resilientes, com foco no desenvolvimento humano e social. Nesse contexto, o Plano de Ação em Saúde de Belém propõe políticas públicas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas na saúde, com ações voltadas ao enfrentamento de eventos extremos, ao fortalecimento de sistemas de alerta precoce e às estratégias de adaptação territorial.

Semana de alto nível

Durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, os países discutem temas como segurança, desenvolvimento sustentável, saúde, direitos humanos e mudanças climáticas. Nesse espaço global de alto nível, além da apresentação do Plano de Ação em Saúde de Belém, Mariângela Simão participou de agendas paralelas e bilaterais sobre temas como: eliminação da hepatite; saúde mental e doenças crônicas não transmissíveis; preparação para futuras ameaças (pandemias, mudanças climáticas, crises econômicas e conflitos); e equidade no acesso à saúde.

Preparação para a COP30 e legado para a saúde pública

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Em 2024, o Governo Federal anunciou investimento de R$ 53 milhões para fortalecer a rede de saúde em Belém (PA). Os recursos ampliam a capacidade de atendimento, deixando um legado para a população após a COP30. É a primeira vez que a conferência acontece na Amazônia, região estratégica para a resiliência climática e a adaptação do setor saúde.

Além do Plano de Ação em Saúde de Belém, o Brasil também desenvolve o AdaptaSUS (plano nacional de adaptação do setor saúde às mudanças climáticas) e o Plano +Saúde para a Amazônia, que será apresentado na COP30, com foco em promover a equidade, reduzir desigualdades regionais e fomentar tecnologias sustentáveis, respeitando as especificidades socioculturais e ambientais da Amazônia Legal.

Outro objetivo é garantir legados duradouros para a saúde pública, com o reforço da atenção básica, construção de novas Unidades Básicas de Saúde (UBS), ampliação do atendimento em comunidades indígenas e melhoria do acesso ao cuidado especializado. Também estão previstas ações de monitoramento e controle da qualidade da água em Belém e outros municípios do Pará, priorizando a região Norte, que ainda enfrenta desafios no acesso à água potável.

Principais investimentos em saúde no estado do Pará para a COP 30:

  • Construção de oito Unidades Básicas de Saúde (UBS);
  • Compra de equipamentos, ampliação do número de leitos e redução da superlotação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h);
  • Contratação de 554 novos Agentes Comunitários de Saúde em Belém, para realizar visitas domiciliares, monitorar famílias e ampliar o acesso da população ao cuidado;

Desde 2023, o Pará recebeu R$ 4,7 bilhões em investimentos federais, sendo R$ 1,6 bilhão destinados exclusivamente à capital Belém, aplicados em atenção primária e especializada, vigilância em saúde, assistência farmacêutica, média e alta complexidade, cirurgias e custeio dos serviços.

Vanessa Aquino
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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