Saúde
Cirurgia em recém-nascido transferido via UTI área de Alta Floresta é realizada com sucesso em hospital particular de Cuiabá
O procedimento cirúrgico para correção de malformação anal no recém-nascido, que foi transferido por meio de UTI área de Alta Floresta, após decisão judicial, ocorreu na noite desta quarta-feira (dia 10) no Hospital e Maternidade Femina, na capital mato-grossense
Por Alexandre Guimarães
Na noite de ontem (10), foi realizada com sucesso a cirurgia para correção de atresia anal (ânus imperfurado) no bebê E.F.L.B., que nasceu na madrugada da última sexta-feira (5) no Hospital Regional Albert Sabin, de Alta Floresta, de onde foi transferido na noite de terça-feira (9), por meio de UTI aérea, para o Hospital e Maternidade Femina, em Cuiabá.
Após nova solicitação da Defensoria Pública de Mato Grosso, a Justiça autorizou, por volta da 17h desta terça-feira, a transferência do recém-nascido, que corria risco iminente de morte. A decisão que autorizava o procedimento saiu no plantão de domingo (7), por volta das 17h45, mas ainda não tinha sido cumprida.
O avião aterrissou em Alta Floresta na noite de terça-feira, às 21h, e partiu rumo à capital mato-grossense. A viagem de aproximadamente 790 quilômetros foi realizada em menos de duas horas, de acordo com o pai, Aldo Atílio Borges, 43 anos, que acompanhou o filho no trajeto.

Bem-sucedido, o procedimento cirúrgico, que durou aproximadamente três horas, foi finalizado na noite desta quarta-feira (dia 10), por volta das 20h, na Femina.
“O importante é que agora o risco é mínimo, principalmente para quem já estava entregando os pontos. Então, a felicidade é tremenda. Aquele nó que dá na garganta agora é de alegria e não mais de desespero”, contou o pai, aliviado.
A decisão favorável foi proferida nesta terça-feira pela 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Várzea Grande, em resposta ao pedido de bloqueio de verbas do Estado feito pela Defensoria Pública.
“A minha vontade é pegar na mão de cada pessoa que ajudou, que orou, que torceu, mas é quase impossível fazer isso. Juiz, defensor, toda a equipe da Defensoria, deputados, assessores, prefeito, vereadores, família, amigos, parentes, e muita gente que nem conheço”, agradeceu Borges.

Já a mãe do recém-nascido veio de ônibus de Alta Floresta e chegou na noite de ontem na capital. “Minha esposa está com ele nesse momento. A sensação de alegria de saber que vamos poder alimentar ele, apresentar para os amigos, ter ele em casa, vamos nós mesmos poder dar um banho, passar aquele perfuminho que a gente gosta. É muito gratificante”, relatou o pai por telefone.
A determinação judicial é para que Estado pague pelo procedimento para corrigir a atresia anal do recém-nascido. Nessa malformação, o intestino não se forma de maneira adequada e o ânus se liga com a uretra, ou vagina, ou com a bexiga. Os bebês com esse problema não defecam normalmente após o nascimento.
“Meu filho já está mamando no peito, respirando sozinho, se alimento sozinho. O canal da urina, que tinha uma pequena obstrução, já foi normalizado. Já está urinando bem”, celebrou Aldo.
Apesar do alívio, a malformação de E.F.L.B. ainda não foi completamente resolvida. Segundo a família, que mora em Nova Bandeirantes e está hospedada em uma casa de apoio próxima ao hospital, na cirurgia de ontem foi colocada uma bolsa de colostomia no recém-nascido e só daqui dois anos será feito o procedimento cirúrgico para resolver o problema em definitivo.

Rotina – “Esse é o dia a dia da Defensoria e da população de Mato Grosso. Temos que ingressar com ações judiciais todos os dias porque o poder público, em especial o Executivo, não garante o direito à saúde da população”, relatou, indignado, o defensor público Moacir Gonçalves Neto, que atua na área da saúde em Alta Floresta e acompanhou o caso de perto.
De acordo com o defensor, a judicialização na saúde só ocorre porque o Estado não oferece serviços adequados à população. “O processo está todo incorreto. A Constituição garante o direito à saúde a todos e afirma que é dever do Estado proporcionar o direito à saúde. Já começa errado quando a Defensoria tem que diariamente brigar por esse direito, não só à saúde, mas à própria vida”, desabafou.
Esse caso foi ainda mais complexo por envolver um recém-nascido com risco iminente de morte. “Não tinha vaga nos hospitais do Estado, então tivemos que correr atrás dos hospitais particulares, o que é uma dificuldade, porque às vezes não querem fornecer orçamento com medo de não receber do Estado”, narrou.
“Só conseguimos um orçamento. O juiz geralmente pede três. Ainda bem que o juiz teve o bom senso de decidir pela transferência para o hospital particular ainda que só com um orçamento disponível”, afirmou.
Essa questão dos orçamentos é mais um entrave para a resolução do processo, segundo o defensor. “A pessoa já está com problema de saúde, os familiares estão com seu ente querido entre a vida e a morte, e ainda tem que ficar correndo atrás de orçamento porque o juiz de Várzea Grande (Vara Especializada em Saúde Pública) só concede o bloqueio de verbas do Estado se tiver esses orçamentos”, disse.
“Além disso, muitas vezes os casos ocorrem no fim de semana e a parte administrativa dos hospitais particulares não funciona nesse horário. Essa é a nossa luta diária para conseguir essas vagas, essas transferências, para pessoas que estão entre a vida e a morte em Mato Grosso”, arrematou.
Clique aqui para saber mais sobre esse caso dramático.
Saúde
Saúde destina R$ 1 bilhão para Santas Casas e hospitais filantrópicos ampliarem atendimento no SUS
Como parte do programa Agora Tem Especialistas, o Ministério da Saúde publicou, nesta sexta-feira (26), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), a portaria GM/MS nº 9.760 que assegura R$ 1 bilhão para apoiar 3.498 hospitais filantrópicos e Santas Casas em todas as regiões do país. O recurso integra o novo modelo de financiamento do setor, que garante reajuste anual dos valores pagos pelos procedimentos realizados no SUS, calculado com base na produção hospitalar registrada no ano anterior. Representa uma inovação em relação à antiga Tabela SUS.
“Com R$ 1 bilhão em reajustes para os filantrópicos, o programa Agora Tem Especialistas consolida o caminho de superação definitiva da antiga Tabela SUS. O novo modelo de financiamento garante reajustes anuais para os filantrópicos em geral e valores que variam de duas a três vezes a antiga Tabela SUS para os combos de consultas, exames e cirurgias, estimulando a redução do tempo de espera nas filas e o atendimento completo às pessoas que precisam de atenção especializada no SUS”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O repasse será realizado em parcela única, pelo Ministério da Saúde, diretamente aos fundos estaduais e municipais de saúde, com expectativa de execução a partir de janeiro. Do total, R$ 800 milhões serão destinados ao custeio de procedimentos e R$ 200 milhões ao incremento do Teto de Média e Alta Complexidade dos estados. O cálculo do valor a ser repassado considera a produção hospitalar do ano anterior e adota percentual estimado de cerca de 4,4%, superior ao aplicado em 2024, que foi de aproximadamente 3,5%.
Iniciativas estaduais
A coparticipação de estados e municípios no financiamento da saúde é uma obrigação constitucional. Essas iniciativas são bem-vindas e contribuem para o fortalecimento da rede assistencial, mas grande parte dos recursos que as viabilizam tem origem federal. Nesse contexto, o reajuste promovido pelo governo federal amplia a capacidade dos entes subnacionais de cumprir suas obrigações constitucionais e de fortalecer os prestadores locais do SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) não se sustenta apenas por uma tabela. Ele se sustenta por políticas públicas inteligentes, incentivos bem desenhados e financiamento alinhado à realidade do serviço prestado. “Essa decisão demonstra maturidade técnica, responsabilidade federativa e compromisso com resultados concretos”, reforça Padilha.
Agora Tem Especialistas: supermutirões
O investimento reforça a estratégia do Agora Tem Especialistas, programa que reorganiza o financiamento da atenção especializada no SUS e cria incentivos nacionais. Ao fortalecer financeiramente os hospitais filantrópicos, o governo amplia a capacidade do programa de gerar resultados concretos, com mais atendimento, maior previsibilidade para os prestadores e redução das desigualdades regionais no acesso à saúde especializada.
“O Agora Tem Especialistas atua na raiz do problema. É uma resposta federativa e estruturante, que garante que o acesso ao atendimento especializado não dependa do CEP do cidadão”, destaca o ministro.
A lógica do reajuste dialoga diretamente com os supermutirões do Agora Tem Especialistas, que encerram o ano com mais de 127 mil procedimentos realizados para pacientes do SUS em todo o país. Em um único fim de semana, foi realizado o maior mutirão da história do SUS, com 59,3 mil procedimentos, de forma simultânea em todos os estados e no Distrito Federal. Desde o primeiro mutirão, realizado em julho, a oferta de exames e cirurgias especializadas cresceu 375%.
A estratégia mobilizou quase 200 unidades de saúde, incluindo hospitais universitários, institutos federais e 134 Santas Casas, com atuação integrada em áreas como oncologia, cardiologia, ortopedia, ginecologia, oftalmologia e otorrinolaringologia.
Edjalma Borges
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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