SUSTENTABILIDADE
Base de Pesquisa da UFMT fortalece estudos no Pantanal e reforça compromisso com áreas úmidas

JB News
Por Tiago Crepaldi
A conservação das áreas úmidas segue como pauta essencial para a sustentabilidade ambiental e a produção científica no Brasil. No Pantanal mato-grossense, a Base Avançada de Pesquisa do Pantanal (BAPP), gerida pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), tem desempenhado um papel estratégico ao longo de quase duas décadas, oferecendo suporte a estudos e projetos voltados para esse bioma único.
Recentemente, a comunidade científica e ambientalista reforçou a importância da preservação desses ecossistemas durante as discussões sobre o Dia Mundial das Áreas Úmidas, celebrado em 2 de fevereiro. Mais do que uma data simbólica, a reflexão sobre a proteção desses territórios é contínua, e a atuação da BAPP evidencia esse compromisso ao longo do ano.
Inaugurada em maio de 2007, a estrutura ocupa uma área de 10 mil metros quadrados dentro do Parque SESC Baía das Pedras, em Poconé, a aproximadamente 150 km de Cuiabá. Seu projeto arquitetônico, assinado pelo arquiteto José Afonso Botura Portocarrero, foi inspirado na cultura indígena Boe Bororo, resultando na instalação de estruturas semelhantes a “ocas”.
A infraestrutura da BAPP inclui laboratório para triagem de material biológico, auditório com capacidade para 20 pessoas, cozinha, refeitório e alojamentos climatizados com banheiros, acomodando até 16 usuários.
A utilização da base é gratuita para as aulas de campo dos cursos de graduação e pós-graduação e para pesquisadores(as) vinculados a projetos cadastrados na UFMT. Além da UFMT, a BAPP proporciona suporte para pesquisas de outras instituições nacionais e internacionais, fortalecendo a cooperação científica e ampliando o conhecimento sobre o bioma pantaneiro.
*Pilar para a pesquisa científica*
Ao longo de quase 20 anos de existência, a Base Avançada de Pesquisa do Pantanal se consolidou como um pilar fundamental para o desenvolvimento científico no estado. Segundo dados da Supervisão Técnica de Projetos de Pesquisa (STPP/PROPeq) entre 2017 e 2024, a base recebeu, em média, 190 usuários por ano. Esse número foi impactado em 2020 pela pandemia de COVID-19, quando o atendimento foi suspenso para garantir o distanciamento social.
Nos últimos anos, as unidades da UFMT mais atendidas pela base foram o Instituto de Biociências, o Instituto de Física, a Faculdade de Engenharia Florestal, Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, a Faculdade de Veterinária, o Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais do Campus Universitário de Sinop; além disso, o Curso de Biologia da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR)utiliza a estrutura.
O Pró-reitor de Pesquisa da UFMT, Prof. Dr. Bruno Araújo, destaca a relevância da base para a ciência e sua importância além dos limites da universidade. “Com quase 20 anos de existência, a base já demonstrou seu valor estratégico para a pesquisa na região do Pantanal, sendo um centro de interesse internacional. Nossa gestão buscará parcerias para garantir a revitalização das estruturas da BAPP que, em 2027, completa 20 anos, com um papel muito importante de apoio a diversas pesquisas científicas sobre o Pantanal”, afirmou.
O incentivo à pesquisa e a proteção das áreas úmidas são essenciais para garantir um futuro sustentável. A atuação da Base Avançada de Pesquisa do Pantanal reforça o compromisso da UFMT com a ciência, a conservação ambiental e a formação de profissionais capacitados para enfrentar os desafios da preservação desse ecossistema único. O Dia Mundial das Áreas Úmidas é, portanto, uma oportunidade para destacar iniciativas como essa, que promovem o conhecimento e a valorização do Pantanal, garantindo que sua riqueza ecológica continue a beneficiar gerações futuras.
*Como utilizar a Base Avançada de Pesquisa do Pantanal*
A Base opera de forma contínua de segunda a sábado, exceto no mês de janeiro, quando a equipe responsável entra em período de recesso. Podem utilizar a infraestrutura:
▪️Pesquisadores(as) da UFMT vinculados a projetos registrados no SGPP;
▪️Docentes e discentes da UFMT que realizam disciplinas com aulas de campo registradas oficialmente;
▪️Pesquisadores(as) de outras instituições, nacionais e internacionais, mediante solicitação formal.
Cientistas interessados em utilizar a base podem acessar a Instrução Normativa PROPeq nº 002/2017 e solicitar o agendamento. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone/WhatsApp (65) 3313-7235.

SUSTENTABILIDADE
Novo chefe do MPE defende mais multirão ambiental ao invés de multas milionárias contra desmatadores

JB News
Por Alisson Gonçalves
Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 06, o novo Promotor chefe do Ministério Público Estadual Rodrigo Fonseca, defendeu a continuidade dos mutirões ambientais em Mato Grosso, mas levantou questionamentos sobre sua real eficácia no combate ao desmatamento.
Fonseca ressaltou que, embora o estado tenha aplicado milhões em multas ambientais, os resultados na recuperação do meio ambiente são insatisfatórios.
Em contraste, ele apontou os mutirões como mais eficientes, mas questionou se o modelo anterior realmente beneficiava os desmatadores ou se simplesmente não resolvia as questões de maneira definitiva.
O promotor ainda destacou a complexidade das discussões envolvendo o desmatamento em áreas permitidas, apontando a necessidade de uma conciliação em casos que não envolvem transgressões ao Código Florestal.
No entanto, ele defendeu a manutenção de sanções para evitar que a falta de autorização administrativa fosse incentivada.
Fonseca também mencionou que, embora o multirão tenha aumentado a cobrança de multas, não está claro até que ponto ele foi efetivo, visto que muitos que não participaram continuam a disputar suas questões no âmbito administrativo.
Veja :
Rodrigo Fonseca Costa será empossado como procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) nesta sexta-feira (7), às 10h. A solenidade ocorre na sede das Promotorias de Justiça de Cuiabá.
Fonseca substituirá o procurador-geral Deosdete Cruz Junior, que deixa o comando da instituição após dois anos no cargo.
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