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Tribunal de Contas de MT exige correções em contrato com Hospital Albert Einstein

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Alisson Gonçalves

O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) determinou que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) realize ajustes no contrato firmado com o Hospital Albert Einstein para a administração do Hospital Central de Alta Complexidade, em Cuiabá.

O prazo estabelecido é de 30 dias e a decisão foi tomada durante sessão ordinária nesta terça-feira,03, com relatoria do conselheiro Guilherme Antonio Maluf.

A avaliação técnica do TCE-MT revelou uma série de falhas no plano de trabalho e na minuta contratual, incluindo ausência de critérios técnicos, metas pouco claras e falta de mecanismos de controle e fiscalização eficazes.

O contrato envolve cifras bilionárias e, segundo o conselheiro, precisa garantir segurança jurídica e eficiência no uso dos recursos públicos.

Durante a sessão, Maluf enfatizou que a modelagem atual prevê repasses mensais de R$ 34,9 milhões, dos quais 90% são fixos, com apenas 10% vinculados ao desempenho.

Além disso, o contrato prevê R$ 49,7 milhões para a fase pré-operacional e R$ 95 milhões para aquisição de equipamentos.

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“O Estado já teve experiências negativas com entidades do terceiro setor pela ausência de planejamento técnico e metas consistentes. Não podemos repetir os mesmos erros”, alertou o relator.

O presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, destacou que o Tribunal acompanha de perto as negociações e a execução do contrato, especialmente diante da dispensa de chamamento público, autorizada pela Lei Complementar nº 815/2025.

“A vigilância se justifica pelo histórico de contratos que não trouxeram os resultados esperados”, comentou.

Entre os pontos mais críticos observados estão a falta de detalhamento dos serviços prestados, ausência de base real para projeções financeiras, omissão de estudos comparativos e ausência de cláusulas que garantam transparência sobre os salários.

Também foram identificadas lacunas nas previsões orçamentárias (LOA, LDO e PPA), falta de autorização do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Condes), além do risco de comprometimento de outras políticas públicas.

O voto do conselheiro-relator, que foi aprovado por unanimidade, também acolheu parecer do Ministério Público de Contas (MPC) e determinou a inclusão de cláusulas específicas para prestação de contas ao TCE-MT, com definição de prazos e responsabilidades.

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O contrato com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein visa à gestão do Hospital Central, cuja inauguração está prevista para setembro.

A unidade, que passou por décadas de paralisação, será referência em atendimentos de alta complexidade via SUS, com capacidade para mais de 2 mil internações mensais, além de cirurgias, exames e consultas especializadas.

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MP denuncia grupo de extermínio dentro da PM por assassinato de advogado em Cuiabá

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Por Nayara Cristina

Em um desdobramento estarrecedor do caso que abalou Mato Grosso, o Ministério Público Estadual (MPE) revelou que os policiais militares acusados pela execução do advogado Renato Nery integram um grupo de extermínio intitulado “Gol Branco”, criado e operado dentro do Batalhão da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam).

O grupo é apontado como responsável não apenas pelo homicídio qualificado do advogado, mas também por uma série de ações deliberadas para encobrir a autoria do crime, incluindo um confronto forjado que resultou na morte de um jovem e ferimentos em dois adolescentes.

Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso são os nomes dos quatro policiais envolvidos, agora réus por homicídio e tentativa de homicídio.

De acordo com a denúncia do MP, eles utilizaram uma simulação de confronto no Contorno Leste de Cuiabá para justificar o uso de uma arma de fogo já utilizada na execução do advogado, ocorrida em julho de 2024.

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A investigação avançou após perícias em celulares dos acusados, que revelaram a existência de um grupo de WhatsApp criado no mesmo dia do assassinato, inicialmente chamado “Ocorrências ROTAM”, mas que passou a ser informalmente conhecido como “Gol Branco”.

Entre as mensagens trocadas, constam áudios e comentários que, segundo o MP, demonstram a banalização da violência e a premeditação de execuções em operações policiais. Em um dos áudios, um dos integrantes afirma:

“todo confronto tem alguém morto”, revelando a mentalidade por trás das ações do grupo.

O Ministério Público destaca ainda mensagens referentes a um integrante apelidado de “15”, descrito como alguém “que só pensa em matar”, o que reforça a tese de uma organização criminosa dentro da corporação.

Mesmo diante da gravidade das acusações, os quatro policiais foram soltos após decisão da 14ª Vara Criminal de Cuiabá. O MPE já recorreu da decisão, e o pedido ainda aguarda análise judicial.

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