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Mudanças climáticas ameaçam os recifes de coral do Brasil

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Os recifes de coral, um dos principais ecossistemas marinhos do planeta, estão em risco no Brasil. De acordo com o relatório síntese Branqueamento de Corais e Mudanças Climáticas, a região Nordeste e as Ilhas Oceânicas foram afetadas, com taxas próximas ou superiores a 90% de branqueamento de corais, causando danos severos à biodiversidade.  

Além de abrigar 25% das espécies marinhas, os recifes têm papel fundamental no equilíbrio climático e ecológico e funcionam como barreiras naturais, formando uma proteção contra as tempestades e a erosão costeira. O estudo foi divulgado pelo Centro de Síntese de Mudanças Ambientais e Climáticas (Simaclim), projeto financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 

O branqueamento ocorre quando os corais, sob estresse devido ao calor intenso, expulsam as algas que lhes fornecem cor e alimento. Sem as algas, eles perdem energia e ficam fracos, o que pode levá-los à morte, particularmente no caso de espécies mais sensíveis. Diante da magnitude deste impacto, a biodiversidade e a vida marinha estão sob risco severo. De acordo com os dados do estudo, 99,9% das áreas de recifes no Oceano Atlântico sofreram estresse térmico de janeiro de 2023 a março de 2025.  

Em 2024, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos anunciou o quarto evento global de branqueamento em massa de corais desde o primeiro registrado em 1998, com impactos expressivos nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico. De janeiro de 2023 a março de 2025, 84% dos recifes do mundo foram afetados. 

Estudos como esse são essenciais para transformar o conhecimento científico em ação prática, colaborando com a criação de políticas públicas eficientes para proteger o ecossistema. A ciência é uma base para fundamentar as decisões e ações estratégicas para a aplicação de medidas ambientais sustentáveis. 

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Mudanças climáticas  

Mudanças climáticas causaram o aumento do nível do mar, a acidificação e a perda de oxigênio. Com o aquecimento acelerado dos oceanos, as projeções apontam que a maioria dos recifes de coral vai sofrer branqueamento severo entre 2040 e 2050.  

A autora-coordenadora do relatório e professora na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Beatrice Padovani, destaca que os recifes que estão perto da costa “já sofrem com os impactos de origem terrestre, como de sedimentação e poluição”, acrescentando que, perante o cenário atual, “os esforços devem ser redobrados para garantir a resiliência desses ecossistemas”.  

No Brasil, presume-se que cerca de 1 milhão de pescadores artesanais produzem metade da produção pesqueira do País. Eles dependem dos recifes de coral, dos manguezais, das pradarias marinhas e de todos os ecossistemas fundamentais para manter a produtividade em águas tropicais. 

A segurança alimentar e a estabilidade econômica e cultural das comunidades costeiras são impactadas diretamente com os efeitos da mudança climática que afetam a saúde dos recifes. Além disso, os recifes de coral geram até R$ 167 bilhões para o Brasil por meio de serviços de proteção costeira e turismo. 

Principais iniciativas 

O relatório indica que é essencial reforçar os dados com pesquisas mais abrangentes e de longo prazo, além de ampliar os sistemas de monitoramento aprimorados, tornar as análises mais organizadas e consistentes e integrar ciência, comunidades locais e políticas públicas. 

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“A necessidade de criação e implementação de áreas marinhas protegidas em áreas estratégicas, bem como o aumento da efetividade das já existentes, é mais do que urgente. Elas não só vão resgatar a capacidade do oceano, mas, principalmente, poder propiciar áreas com maior resiliência para enfrentar as mudanças do clima”, declara a autora-coordenadora do relatório e diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira (DOceano), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima (MMA), Ana Paula Leite Prates.  

A pesquisa aponta medidas necessárias para reduzir as mudanças climáticas e proteger os recifes de corais: 

  • Reduzir as emissões de gases de efeito estufa 

  • Criar e manter leis ambientais responsáveis 

  • Colocar em prática projetos que recuperem os recifes e fortaleçam o ecossistema 

  • Adotar o uso de soluções baseadas na natureza, como a recuperação de habitats marinhos, para armazenar o carbono, contribuindo com a redução do efeito do aquecimento global 

  • Reduzir poluição e pesca excessiva, que enfraquecem a resiliência dos recifes 

O levantamento conclui que é fundamental fortalecer as instituições ambientais e a atuação de programas de restauração e educação ambiental. De acordo com informações do documento, o Brasil já participa de iniciativas globais e leva a importância dos oceanos para discussões internacionais. No entanto, destaca o relatório, é necessário que haja mais investimentos em pesquisas e criação de políticas públicas efetivas e abrangentes para proteger e restaurar essas áreas.  

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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Vagas limitadas: inscrições seguem abertas para o 10º Encontro de Sustentabilidade do TJMT

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) realiza nos dias 17 e 18 de setembro de 2025 o 10º Encontro de Sustentabilidade e o 2º Seminário de Mudanças Climáticas, no Espaço Justiça, Cultura e Arte Desembargador Gervásio Leite, em Cuiabá. Com inscrições limitadas, o evento será realizado em formato híbrido e contará com uma programação voltada à capacitação, ao diálogo institucional e à disseminação de boas práticas socioambientais.
Destinado a magistrados, servidores, representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, estudantes universitários e demais interessados na pauta ambiental, o encontro tem como objetivo sensibilizar sobre a importância da sustentabilidade e dos impactos das mudanças climáticas, além de fomentar a implementação de iniciativas sustentáveis no âmbito do Judiciário.
O evento reforça o papel do Poder Judiciário de Mato Grosso como agente de transformação social, ao capacitar servidores com conhecimentos e práticas sustentáveis e inspirá-los a adotar compromissos pessoais e profissionais que impactem positivamente o meio ambiente e a sociedade.
Outro diferencial é que o encontro será carbono neutro, com certificação de compensação das emissões de gases de efeito estufa, em alinhamento com a Resolução CNJ n. 594/2024, que prevê que todos os órgãos do Judiciário implementem plano de neutralização até 2030.
Além disso, será realizada a cerimônia de entrega dos Selos de Reconhecimento Judiciário Sustentável, um marco importante para o fortalecimento das práticas institucionais na área.
Programação
A programação contempla palestras técnicas e formativas que abordarão os impactos das mudanças climáticas, a agenda climática internacional e nacional, a gestão e o mercado de carbono, além da gestão sustentável no Judiciário. Também serão discutidas inovações para a transição energética, o planejamento das contratações sustentáveis, a judicialização das questões ambientais e climáticas, os negócios relacionados às mudanças climáticas e à agenda ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança), bem como os desafios e soluções na gestão de resíduos sólidos.
Entre os palestrantes confirmados estão especialistas como o Dr. Patrick Ayala, Prof. Carlos Sanquetta, Juíza Lívia Cristina Marques Peres, Juliano Martins, Adriana Moreira Tostes Ribeiro, Juíza Rafaela Santos Martins da Rosa, Vanessa Pinsky e Fabricio Soler.
Serviço
Data: 17 e 18 de setembro de 2025
Horário: das 8h às 17h
Local: Espaço Justiça, Cultura e Arte Desembargador Gervásio Leite, Cuiabá – MT
Formato: Presencial e transmissão ao vivo (vagas presenciais limitadas)
As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas pelo link: https://evento.tjmt.jus.br/inscricao-evento/07000000-0aa4-0a58-5d1f-08dde73458f0
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