SUSTENTABILIDADE
Mato Grosso reforça a importância da madeira com origem rastreada em feira no Espírito Santo
*MANEJO FLORESTAL*
Por Gabriela Carvalho
As montanhas capixabas foram palco da Feira Espírito Madeira – Design de Origem 2024, que reuniu empresários e profissionais da cadeia madeireira de todo o Brasil por três dias, de 7 a 9 de novembro, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante (ES). Empresários de diferentes regiões de Mato Grosso com potencial florestal, associados ao Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), marcaram presença no evento realizado pelo MCC&VB, com apoio da Prefeitura de Venda Nova do Imigrante e da Câmara Setorial de Madeira e Móveis da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). O principal objetivo foi promover e expandir a comercialização da madeira do estado, além de destacar a produção sustentável de Mato Grosso.
A edição de 2024 contou com uma estrutura ampliada, recebendo aproximadamente 6 mil visitantes e atraindo 130 expositores. O evento trouxe destaque para inovações em construções sustentáveis a partir do uso de madeira proveniente de florestas nativas e plantadas, construções modulares que integram madeira com aço, vidro e pedras ornamentais, além de design de ponta.
A parceria entre o Cipem e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) possibilitou uma palestra da secretária adjunta de Licenciamento Ambiental e Recursos Hídricos, Lilian Ferreira dos Santos. No segundo dia da feira, ela apresentou a gestão florestal do estado e explicou o funcionamento do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora 2.0), ferramenta que assegura a rastreabilidade e a cadeia de custódia da madeira nativa de Mato Grosso.
“A Sema implantou o Sisflora 2.0, que permite acompanhar, por meio da guia florestal, toda a trajetória da madeira, desde a origem até o comércio. Essas inovações fortalecem a cadeia produtiva, sustentando a economia de 44 municípios da Amazônia mato-grossense, gerando empregos e contribuindo para a redução das emissões de gases poluentes”, explicou.
Presidente do Cipem, Ednei Blasius destacou a importância da feira para fortalecer parcerias e fomentar novos negócios. “Com mais de 5 milhões de hectares de florestas manejadas, o setor de base florestal de Mato Grosso apresentou produtos de madeira nativa, com rastreabilidade, legalidade, sustentabilidade e qualidade. Foi uma grande oportunidade para nossos empresários ampliarem suas redes de relacionamento e prospectarem negócios”, ressaltou.
Empresária de Sinop, Neuza Biazussi Willinghofer, associada ao Sindusmad, ressaltou que já participou de várias feiras de diferentes portes, como foi o caso desta na sua 2ª edição. “Acompanhei diversas palestras. Levo comigo muito aprendizado e motivação. Muitos dos presentes, acredito, não tinham noção de que nosso trabalho vai desde a extração na floresta até a entrega final, com rastreabilidade em cada etapa. Trouxemos essa informação de Mato Grosso e, com certeza, deixamos uma imagem positiva e importante sobre a nossa atuação na extração de madeira sustentável.”
Antonio Nicola, um dos organizadores da feira, destacou os impactos positivos desta edição. “A Espírito Madeira cumpriu seu papel de ampliar as conexões entre empresários e clientes, além de criar novas oportunidades de negócios. A presença dos produtos de Mato Grosso fortaleceu a imagem da madeira nativa junto aos lojistas e indústrias do Espírito Santo e demais visitantes do Brasil”, afirmou.
AGRONEGÓCIOS
Fábio rebate CEO do Carrefour, alerta para tentativa de submeter produtores brasileiros a imposições internacionais e defende soberania nacional
JB News
_Para o secretário, a iniciativa reflete uma tentativa de impor regras arbitrárias a produtores eficientes e sustentáveis, prejudicando a competitividade brasileira no mercado global_
O deputado federal e secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Fábio Garcia, respondeu às declarações do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou que a rede varejista na França deixará de comercializar carne proveniente do Mercosul. Para Garcia, a medida é um desrespeito à produção brasileira e uma tentativa clara de submeter os produtores nacionais a regras e imposições de países que não conseguem atingir a mesma eficiência produtiva.
Fábio Garcia destacou que essas iniciativas frequentemente surgem mascaradas como preocupação ambiental, mas, na verdade, têm como objetivo proteger os interesses econômicos dos países europeus, que dependem do Brasil para garantir segurança alimentar. “Criam-se barreiras artificiais para reduzir a competitividade dos nossos produtos, mas a verdade é que o Brasil, especialmente Mato Grosso, é um exemplo global de eficiência e sustentabilidade. Temos mais de 60% do nosso território preservado e uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, o Código Florestal, que garante uma produção sustentável e responsável”, afirmou.
O secretário também criticou a chamada Lei Antidesmatamento da União Europeia, que tenta impor regras superiores às exigências do Código Florestal brasileiro. “Essa é mais uma tentativa de enfraquecer a competitividade do Brasil e deixar nossos produtores reféns de mercados que não possuem capacidade de produzir alimentos suficientes para atender às suas populações”, declarou.
Garcia destacou que o Brasil já atende aos altos padrões sanitários e ambientais exigidos pela União Europeia, com inspeções rigorosas que atestam a qualidade das carnes brasileiras. Além disso, ele mencionou que Mato Grosso, líder na produção de grãos e carnes, é reconhecido por práticas sustentáveis, como o uso de tecnologias de baixo impacto ambiental e programas de rastreabilidade.
“Somos o celeiro do mundo e não iremos aceitar imposições que desvalorizam nossa produção para favorecer interesses econômicos de outros países. O produtor brasileiro, especialmente o mato-grossense, é modelo em eficiência e respeito ao meio ambiente, algo que muitos países europeus, com suas áreas agrícolas limitadas e práticas menos sustentáveis, não conseguem replicar”, ressaltou o secretário.
O secretário ressaltou ainda que o governo de Mato Grosso reafirma seu compromisso com a defesa do agronegócio brasileiro e sua economia, promovendo a sustentabilidade e garantindo que os direitos dos produtores sejam preservados, sem ceder a pressões externas injustas.
Fábio concluiu com um posicionamento firme em defesa da soberania nacional: “Não admitiremos imposições que desrespeitem nossas leis e prejudiquem nossa economia. O Brasil é maior do que isso e continuará liderando o mercado global de alimentos com qualidade, sustentabilidade e respeito às suas próprias regras. Quem perde com essas decisões protecionistas são os consumidores europeus, que ficarão sem acesso aos melhores produtos do mundo”.
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