Da Redação

O recém-criado Comitê de Crise Climática instalado para fazer as observações sobre as mudanças repentinas do clima em Mato Grosso, fez sua primeira reunião nesta terça-feira 28.11, na sede da Federação das Indústrias de MT (FIEMT). E falou sobre os riscos da alta temperatura  e a forte onda de calor com dados analisado pelos especialistas.

Os dados mostram que durante os meses de dezembro de 2023, até janeiro de 2024, a temperatura pode aumentar cerca de 3ºC , conforme foi colocado pela Meteorologista Ana Paula Paes, consultora do Grupo Energisa que conduziu a apresentação do Comitê Crise.

O comitê é composto e coordenado pelo Comando Regional, e tem como participantes, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a Secretaria de Trânsito de Cuiabá e Várzea Grande,  a Rota Oeste, e empresas do ramo de Energia, e outros segmentos do setor.

O Comitê debate além das preocupações com a alta temperatura e as influências dessas mudanças no cotidiano da população, para prevenir danos e responder a sociedade qualquer eventualidade que possa impactar tanto no mercado, tanto no dia a dia da população em geral.

De acordo com a Metrologista Ana Paula Paes, que representa a empresa Energisa em MT,   as chuvas podem ficar abaixo da média nos próximos meses, enquanto a temperatura pode ficar acima, e que tanto a chuva quanto a temperatura são reflexos da atuação do EL Niño.

“Em Mato Grosso, principalmente no Sul e Sul Doeste do estado, que abrange a região de Cáceres, e da grande Cuiabá, a temperatura pode ficar até 3ºC acima da média” Disse.

Nesses casos  segundo a meteorologista, é necessário acompanhar o dia a dia, para que possa ser de fato pontuado com precisão os efeitos,  por conta de que em  alguns casos, eles  podem ser mais intensos.

Em outros casos,  a temperatura no estado podem chegar abaixo da média de 3ºC, previsto pelo Comitê.

Segundo Ana Paula, a previsão para que o EL Niño surta efeitos na atmosfera em MT ainda é muito cedo, por conta do fenômeno que acontece no Pacífico Equatorial, e é preciso de um tempo para essa resposta.

“A previsão que temos é que o El Ninõ permaneça até abril , mas como é um fenômeno que acontece no Pacífico Equatorial, ele tem um tempo de resposta na atmosfera. Então é possível que tenhamos esse efeito desses fenômenos até os meados do ano que vem”. Ressaltou.

Ana Paula Também destacou que Mato Grosso não corre o risco de um apagão,  como aconteceu em São Paulo, que deixou o estado com quase uma semana sem energia.

“Esperamos que não. Eventos como esse é justamente para que possamos criar um planejamento, e o acompanhamento da previsão do tempo  para um preparo de um plano de contingência para evitar o que aconteceu em São Paulo”. Destacou.

A meteorologista não quis fazer uma previsão de temporais. Para o estado. Mas ressaltou que existem chances por conta das temperaturas mais elevadas, e da atmosfera mais aquecida, e uma estabilidade passa pela região, os temporais são mais intensos. “É possível que temporais aconteçam na região em alguns dias específicos. Devemos ter menos dias com chuvas, mas quando elas ocorrerem elas podem ser intensas”. Afirmou.

Ainda segundo Ana Paula, os modelos não apresentam uma forte onda de calor, mas que as temperaturas estarão acima da média, mas que não chegam a 5ºC. E que a redução dos volumes de chuva em alguns períodos é possível que tenham alterações no Biomas de MT.

Veja a Entrevista Completa: