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Governo federal muda regras para aumentar reserva de vagas a mulheres vítimas de violência em contratações públicas

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Com o objetivo de tornar a legislação mais eficiente, foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (18/06) um decreto da Presidência da República que atualiza a Política de Cotas para Mulheres em Situação de Violência Doméstica nas Contratações Públicas, normativa que dispõe sobre a reserva de 8% das vagas de serviços terceirizados em órgãos federais para mulheres em situação de violência doméstica. Com as mudanças estipuladas, agora fica mais evidente que a porcentagem não é fixa e, sim, mínima – podendo a instituição contratar mais mulheres em situação de violência do que o disposto.

O Decreto nº 12.516/2025 também altera o Decreto nº 11.430/2023 quanto ao instrumento jurídico utilizado para a implementação da política nos estados: em substituição ao Acordo de Cooperação Técnica (ACT) será adotado o Acordo de Adesão, que permite mais agilidade no trâmite do processo de formalização das parcerias e deve contribuir para o aumento do número de estados interessados em aderir à iniciativa do governo federal. Até o momento, 17 unidades da federação formalizaram acordo.

A atualização desses pontos da Política de Cotas para Mulheres em Situação de Violência Doméstica nas Contratações Públicas aprimora a legislação, deixando-a mais ampla e eficiente por estimular que mais mulheres vítimas de violência doméstica possam ser incluídas nos contratos. A alteração no texto reforça ainda que a reserva de vagas pode ser aplicada em qualquer contrato, não se restringindo àqueles com 25 ou mais empregados, nos quais a aplicação é obrigatória. Em contratos com quantidade menor de empregados, é admitida a previsão de percentual inferior a 8%.

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Como funciona a política

A política é executada com base em parcerias interfederativas, principalmente na seleção e no acompanhamento das mulheres. O Ministério das Mulheres e Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) firmam Acordo de Adesão com as unidades responsáveis pela política pública de atenção a mulheres vítimas de violência doméstica nos estados e, dessa forma, as mulheres que autorizarem expressamente a disponibilização de seus dados para fins de obtenção de trabalho são encaminhadas para as vagas reservadas.

De acordo com o MGI, o novo decreto reforça a proteção da privacidade e da dignidade das mulheres atendidas pela política, de duas formas: proíbe que as empresas exijam diretamente das mulheres documentação que comprove sua situação de violência e esclarece que apenas candidatas encaminhadas pelas unidades especializadas na gestão ou no atendimento às mulheres em situação de violência podem ser selecionadas. 

As 17 unidades da federação que já aderiram à iniciativa são Acre,Alagoas, Amapá,Amazonas,Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins. Outros estados interessados em aderir podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

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Sobre a política

O Decreto 11.430/2023 regulamenta a Lei de Licitações e Contratos – Lei 14.133/2021 – e determina que as empresas contratadas pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional reservem uma cota de, no mínimo, 8% das vagas para mulheres em situação de violência doméstica em contratos com prestação de serviço contínuo e regime de dedicação exclusiva de mão de obra. A medida inclui mulheres trans, travestis e outras possibilidades do gênero feminino, com prioridade para mulheres pretas e pardas.

*Com informações do portal do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

 

Fonte: Ministério das Mulheres

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Ministério das Mulheres realiza visita técnica na Casa da Mulher Brasileira em Salvador e reafirma implantação de três novas unidades na Bahia

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O Ministério das Mulheres realizou, nesta terça-feira (8), uma visita técnica à Casa da Mulher Brasileira (CMB), em Salvador (BA), com o objetivo de verificar o funcionamento da unidade e dialogar com os órgãos que integram a Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência no estado. A agenda também reforçou o compromisso do Governo Federal com a expansão da política: três novas casas serão implantadas nos municípios de Itabuna, Irecê e Feira de Santana, com processos já em andamento.

A visita foi conduzida pela secretária das Mulheres do Estado da Bahia, Neusa Cadore, e contou com a participação da secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Estela Bezerra; da coordenadora-geral de Fortalecimento da Rede de Atendimento do Ministério das Mulheres, Maura Souza; e de Vanda Pignato, ex-ministra e primeira-dama de El Salvador, fundadora da Ciudad Mujer – projeto que inspirou a criação da Casa da Mulher Brasileira.

Inaugurada em 19 de dezembro de 2023, a unidade de Salvador já realizou mais de 20.500 atendimentos a mulheres em situação de violência. A CMB funciona em regime de gestão compartilhada entre o Governo do Estado e a Prefeitura, por meio de convênio com o Governo Federal. Durante a visita técnica, as gestoras destacaram um dado relevante: em 2024, houve uma redução de 55% no número de feminicídios na capital e na Região Metropolitana. A atuação da Casa da Mulher Brasileira pode estar associada a esse resultado positivo, ao oferecer atendimento humanizado e integrado, contribuindo para o rompimento do ciclo de violência.

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A secretária Estela Bezerra destacou a importância da interiorização da política na Bahia. “Essa política pública, que conseguiu a redução dos feminicídios aqui na área metropolitana, pode e merece ser interiorizada, porque 55% de redução é o que a gente precisa no Brasil inteiro. O Governo Federal já liberou três novas Casas da Mulher Brasileira para a Bahia, e o Governo do Estado está vencendo a parte burocrática. É impossível convivermos com essa chaga social, que é o extermínio de mulheres pelo simples fato de serem mulheres”, afirmou.

Para a secretária Neusa Cadore, o funcionamento da unidade tem impacto direto nesse resultado. “Este é um equipamento fantástico, onde a mulher encontra atendimento humanizado e uma série de serviços em um só lugar. Isso faz com que ela se encoraje, denuncie e encontre meios de enfrentar e romper esse ciclo de violência. Estar aqui com o Ministério das Mulheres e toda a nossa rede nos inspira a continuarmos ampliando essa e outras políticas públicas de proteção e defesa da vida das mulheres”, disse.

Curso sobre violência política de gênero e raça

Além da visita técnica, a Casa da Mulher Brasileira sediou, nesta segunda e terça-feira (8), o curso “Violência política de gênero e raça”, promovido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM), em parceria com o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim/Ufba). A formação teve como objetivo capacitar profissionais e lideranças para reconhecer, prevenir e enfrentar as múltiplas formas de violência política que afetam mulheres, em especial aquelas que pertencem a grupos historicamente minorizados.

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A atividade integra as ações do Grupo de Trabalho Intersecretarias, vinculado ao Plano Plurianual 2024-2027, que trabalha na construção do Plano Estadual de Prevenção e Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça. 

A formação abordou temas como estudos de gênero e raça, representatividade nos espaços de poder e violência política, e servirá de base para o diagnóstico que orientará o plano. A iniciativa parte do reconhecimento de que a presença feminina na política ainda é minoritária — em 2022, as mulheres representaram apenas 17% das eleitas no Brasil e 12% no Nordeste, com um índice de 7,7% na Bahia em 2018 — cenário ainda mais desafiador para mulheres negras, indígenas, trans, quilombolas e periféricas.

Sobre a Casa da Mulher Brasileira

A Casa da Mulher Brasileira, em Salvador, funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, ao lado do Hospital Sarah. A Casa oferece atendimento multidisciplinar a mulheres vítimas de violência doméstica, por meio de órgãos como o Ministério Público, Defensoria Pública, Delegacia Especializada (Deam), 5ª Vara de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça, Batalhão de Proteção à Mulher Maria da Penha, além de contar com abrigamento temporário e acolhimento psicossocial.

 

Fonte: Ministério das Mulheres

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