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Europa bate recorde de superfície queimada por incêndios durante verão

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Queimada em Portugal
Reprodução/Twitter – 18.07.2022

Queimada em Portugal

Com a alta temporada de incêndios ainda em andamento, o saldo provisório de hectares queimados na Europa ultrapassa 660 mil desde janeiro, um recorde para este período do ano desde que os dados de satélite começaram a ser coletados em 2006. Desde 1º de janeiro, os incêndios destruíram 662.776 hectares de floresta em toda a União Europeia, segundo dados atualizados neste domingo pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que produz estatísticas comparáveis desde 2006 graças a imagens de satélite do programa europeu Copernicus.

A área mais atingida pelos incêndios foi a Península Ibérica. Na Espanha, que sofreu duas grandes ondas de calor este verão entre junho e agosto, 246.278 hectares foram queimados, principalmente nas regiões da Galícia, província castelhana de Zamora (noroeste) e Extremadura. A situação melhorou nos últimos dias com temperaturas mais baixas.

Em Portugal, os bombeiros demoraram uma semana para controlar um incêndio no parque natural da Serra da Estrela, reconhecido pela Unesco, e onde 17 mil hectares foram queimados. Já a França viu anos ainda piores na década de 1970, antes que os dados padronizados fossem estabelecidos em nível europeu. Mas de acordo com esses números, 2022 foi o pior dos últimos 16 anos, em grande parte devido a dois grandes incêndios sucessivos no departamento de Gironde, perto de Bordeaux (sudoeste), para os quais foram necessários reforços de bombeiros alemães, poloneses e austríacos.

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A situação foi igualmente excepcional na Europa Central. Em julho, os bombeiros levaram mais de dez dias para controlar o maior incêndio da história recente da Eslovênia, com a ajuda de uma população mobilizada com tanto entusiasmo que o governo teve que pedir aos moradores que parassem de fazer doações aos bombeiros. Sem aviões especializados no combate a incêndios, a Eslovênia teve que pedir ajuda à Croácia, que enviou um avião antes de trazê-lo de volta para apagar seus próprios incêndios. Por esta razão, o governo esloveno considera a compra do seu primeiro avião-cisterna.

Em termos de área, atrás da Espanha estão a Romênia (150.528 hectares), Portugal (75.277 hectares) e França (61.289 hectares). Se for considerado apenas o período de verão, “2022 já é um ano recorde”, explica à AFP Jesús San Miguel, coordenador do EFFIS. O recorde anterior na Europa data de 2017, quando 420.913 hectares queimaram até 13 de agosto e 988.087 hectares em um ano.”

“Espero que não tenhamos o mês de outubro que tivemos naquela época, quando 400 mil hectares foram arrasados em toda a Europa”, acrescenta Jesús San Miguel. “É que a seca excepcional que assola a Europa, somada às ondas de calor, é uma fórmula devastadora. Até agora, estas condições de extrema secura eram observadas principalmente no Mediterrâneo, e agora “acontece na Europa Central”, aponta Jesús San Miguel.

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Na República Tcheca, por exemplo, um incêndio devastou mais de mil hectares, o que é pouco em comparação com outros países, e ainda assim 158 vezes mais importante do que a média de 2006-2021 neste país.

Na Europa Central, as áreas queimadas permanecem pequenas em comparação com as dezenas de milhares de hectares devastados na Espanha, Portugal ou França. Além dos incêndios na Croácia, houve três na Eslovênia e cinco na Áustria. Embora o aquecimento climático contínuo em toda a Europa ameace acentuar a tendência.

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Fonte: IG Mundo

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Colômbia propõe garantia de vida a quem perder eleição na Venezuela

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta quarta-feira (17) que apresentou uma proposta para garantir a pacificação interna da Venezuela após o resultado das eleições do país, que serão realizadas no dia 28 de julho deste ano. A declaração foi dada ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Bogotá, após encontro bilateral durante visita oficial do brasileiro à Colômbia.

“[A proposta] tem a ver com a possibilidade de plebiscito nas eleições que se avizinham, que garanta um pacto democrático, que garanta para quem quer que perca, a certeza e a segurança sobre sua vida, seus direitos e garantias políticas que qualquer ser humano deve ter em seu país”, disse Petro em declaração à imprensa, sem entrar em detalhes. 

Lula e Petro não responderam a perguntas dos jornalistas. Segundo o colombiano, a proposta já foi apresentada ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e à oposição no país. Além disso, a sugestão também foi discutida com Lula. No mês passado, o presidente brasileiro manifestou surpresa e preocupação com o impedimento de registro de uma candidata opositora à Maduro.

No fim de sua declaração à imprensa, o presidente do Brasil foi questionado por um jornalista sobre as eleições venezuelanas e respondeu de forma indireta à questão. “Posso dizer para vocês que, se depender da Colômbia e do Brasil, esse continente continuará sendo uma zona de paz. Porque somente a paz é que traz progresso, a guerra traz morte e destruição e isso não nos interessa”, afirmou Lula, encerrando a entrevista. 

A agenda de Lula na capital colombiana prossegue com a participação em evento de abertura da Feira Internacional do Livro de Bogotá, que na edição deste ano homenageia escritores brasileiros. Mais cedo, Lula e Petro participaram do Fórum Empresarial Brasil-Colômbia e também tiveram uma reunião bilateral na sede da presidência colombiana, o Palácio de Nariño. Na ocasião, os presidentes e ministros de cada governo assinaram uma série de atos em áreas como comércio, comunicações, desenvolvimento agrário e direitos humanos. Lula retorna ainda na noite desta quarta para Brasília.

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Haiti

De acordo com Petro, na declaração à imprensa, os dois presidentes trataram sobre o agravamento da crise humanitária no Haiti. “Brasil e Colômbia queremos participar de uma saída pacífica ao problema haitiano. Colômbia, através de suas economias ilícitas, golpeou, todos sabemos, a República do Haiti de diversas maneiras e, em parte, tem certa responsabilidade com a desestabilização a república irmã, nossa vizinha do norte. E queremos apoiar um saída que gostaríamos de construir com a República Federativa do Brasil”, afirmou.

A situação de segurança no Haiti piorou nos últimos meses e o país mais pobre das América está assolado por uma guerra sangrenta entre gangues armadas. O conflito já matou milhares de pessoas desde o início deste ano. Com a renúncia do último primeiro-ministro, o país está sem governo e milícias e grupos armados têm invadido delegacias, libertado detentos de penitenciárias e tentam agora tomar o poder.

Amazônia

Outro tema debatido entre os dois presidentes durante o encontro foram as alternativas para a preservação e desenvolvimento de uma economia sustentável na Amazônia. “A selva amazônica foi mais um cenário de distanciamento do que articulação e união [entre os dois países], e não pode seguir sendo assim. Queremos adiantar acordos policiais, militares, sociais e econômicos, que tendam, todos, a preservar um dos três pilares climáticos do planeta Terra, sem o qual essa cidade [Bogotá] não existiria”, afirmou Petro, em referência ao abastecimento de água doce viabilizado pela floresta tropical. Atualmente, a capital colombiana vive uma crise hídrica, com escassez de água para a população.

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Em discurso no fórum de empresários brasileiros e colombianos, Lula defendeu uma parceria estratégica entre os dois países, falou em triplicar o fluxo comercial e citou o novo cenário global em que os países com grande biodiversidade têm uma oportunidade histórica. “Se você quiser discutir a riqueza da biodiversidade, se você quiser discutir a riqueza da concentração de água, se você quiser discutir riqueza da transição energética, se você quiser discutir a transição do futuro, de descarbonização do mundo, quem olhar para o mundo vai ter que olhar para a América do Sul, e quem olhar para a América do Sul não pode deixar de ver Colômbia e Brasil”.

Lula ainda determinou ao chanceler Mauro Vieira que discuta com o governo colombinao formas de desburocratizar e facilitar o comércio, os negócios e os intercâmbios culturais, científicos e tecnológicos entre os dois países.

“A reativação da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral será fundamental para eliminar entraves. A criação de um conselho binacional entre a Confederação Nacional da Indústria brasileira e a Associação Nacional de Empresários da Colômbia representa um passo adicional nessa direção. Assinamos acordos que vão dinamizar a cooperação bilateral nas áreas de turismo, promoção comercial, saúde, desenvolvimento agrário, comunicações e conectividade”, enumerou Lula.

Este é o terceiro encontro entre Lula e Petro, o primeiro presidente de esquerda eleito na Colômbia. Petro visitou Lula em Brasília, em maio do ano passado, durante uma cúpula de presidentes sul-americanos, e ambos ainda se encontraram pouco tempo depois, em julho de 2023, em Letícia, cidade da Amazônia colombiana na fronteira entre os dois países, para um fórum sobre desenvolvimento sustentável da floresta.

Fonte: EBC Internacional

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