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Especialistas debatem impactos da Reforma Tributária e gestão orçamentária em Congresso Internacional no TCE-MT

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Primeiro painel vespertino de segunda-feira tratou sobre “A Reforma Tributária e os impactos para o Centro-Oeste”. Clique aqui para ampliar

Com dois painéis temáticos realizados ao longo da tarde desta segunda-feira (03), o 8° Congresso Internacional de Direito Tributário e Financeiro reuniu especialistas e representantes dos poderes públicos no auditório da Escola Superior de Contas do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT). As discussões abordaram os impactos da Reforma Tributária e os desafios relacionados à gestão orçamentária no novo cenário federativo.

O primeiro painel, intitulado “A Reforma Tributária e os impactos para o Centro-Oeste”, contou com a participação de Francisco Pedro Jucá, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Financeiro (SBDF), e de Rogério Luiz Gallo, secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso.

Durante sua exposição, Jucá alertou para as dificuldades que gestores estaduais e municipais poderão enfrentar na implementação da Reforma, em razão de lacunas estruturais no texto aprovado. “Não se levou em conta que o Brasil é um Estado federativo. Ao redesenhar o sistema tributário, nos esquecemos dos estados e municípios. A autonomia tributária é o que garante a pluralidade e a multiplicidade inerentes à federação”, pontuou. Segundo ele, a proposta desconsidera as especificidades regionais e culturais do país.

Na sequência, Rogério Gallo destacou as disparidades regionais brasileiras e avaliou que o novo modelo, baseado no Imposto sobre Valor Agregado (IVA), tende a beneficiar de forma desigual as regiões. “Teremos dificuldades pela ausência de soluções alinhadas aos princípios federativos no modelo do IVA, sobretudo em um país com níveis tão distintos de desenvolvimento regional”, observou.

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O secretário apresentou dados que demonstram a eficiência do atual sistema tributário, estruturado no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e abordou as medidas que vêm sendo adotadas pelo Governo de Mato Grosso para mitigar os possíveis efeitos negativos da transição.

O debate contou ainda com as contribuições de Yendis Rodrigues Costa, conselheiro da 2ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), que ressaltou o papel dos tribunais de contas na fiscalização do futuro Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CG-IBS), e de Leonardo Bortolin, presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). Bortolin enfatizou os reflexos da reforma sob a ótica municipal, destacando os desafios decorrentes das marcantes desigualdades socioeconômicas entre os municípios mato-grossenses.

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O segundo painel vespertino de segunda-feira abordou “Gestão do Orçamento e a Reforma Tributária”. Clique aqui para ampliar

O segundo painel, denominado “Gestão do Orçamento e a Reforma Tributária”, reuniu o vice-presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP), Ricardo Torres, e o conselheiro corregedor do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE) e presidente do Instituto Rui Barbosa (IRB), Edilberto Pontes de Lima.

Ricardo Torres manifestou posição crítica à Reforma no formato aprovado, destacando a assimetria entre os entes federativos. “A federação brasileira é marcada por profundas disparidades socioculturais e econômicas. Não se pode comparar o município de São Paulo, que tem estrutura de um estado, à maioria dos municípios brasileiros”, afirmou. De acordo com ele, o novo modelo impactará diretamente a gestão orçamentária, ao alterar as bases de arrecadação e reduzir a autonomia dos entes subnacionais sobre os tributos do consumo.

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Por sua vez, Edilberto Pontes de Lima ressaltou o caráter político da tributação e defendeu a atualização do arcabouço orçamentário nacional. “A principal lei orçamentária do Brasil é de 1964, elaborada sob a Constituição de 1946, cujo modelo federativo difere completamente da Carta de 1988. Há uma urgência em modernizar essa legislação”, alertou.

Como debatedor, o secretário-adjunto do Orçamento Estadual da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT), Ricardo Capistrano, destacou os desafios de operar com menor volume de recursos durante o período de transição da Reforma, o que exigirá ajustes significativos na alocação de despesas públicas.

Ambos os painéis foram presidida pelo conselheiro do TCE-MT Waldir Teis,  supervisor da Escola Superior de Contas, que ponderou sobre os efeitos da reforma na redução das desigualdades regionais. “Vivemos uma cultura de migração para os grandes centros, quando o ideal seria fomentar o desenvolvimento nas regiões menos favorecidas. Não há como reduzir desigualdades sem incentivos aos segmentos econômicos locais”, concluiu.

Encerrando as atividades do dia, os painelistas responderam perguntas do público. O 8° Congresso Internacional de Direito Tributário e Financeiro, promovido pelo TCE-MT em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado (TJMT), segue até esta terça-feira (4) com debates e palestras sobre o tema “Sistema Tributário Constitucional e seus Reflexos nas Finanças Públicas”.

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Fonte: TCE MT – MT

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TCE-MT promove debate sobre direitos humanos e proteção da mulher na era digital em MBA em Gestão de Cidades

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Palestratanes reforçaram que combate à violência contra a mulher deve ser política pública permanente. Clique aqui para ampliar

O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) realizou, nesta sexta-feira (07), no auditório da Escola Superior de Contas, o 22º módulo do MBA em Gestão de Cidades, com o tema “Direitos humanos e proteção da mulher na era digital”. A aula contou com palestras da deputada estadual Janaina Riva, da promotora de Justiça Januaria Dorilêo, da defensora pública-geral, Maria Luziane Ribeiro de Castro, e da procuradora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Francielle Claudino Brustolin.

Abrindo o encontro, a deputada Janaina Riva, que foi a primeira mulher a presidir a ALMT, ressaltou a importância do debate promovido pelo Tribunal de Contas e defendeu a inclusão do combate à violência contra a mulher como critério na distribuição de recursos estaduais.

“É possível sim implementar políticas efetivas nos municípios, com salas de acolhimento e ações de prevenção e conscientização. Mato Grosso é o estado que mais cresce economicamente no país, mas também lidera índices de violência contra mulheres e crianças. Precisamos repensar o destino dos recursos e incluir a proteção à mulher como prioridade, inclusive nos repasses de ICMS, assim como já ocorre com esporte, cultura e educação”, destacou a deputada.

Janaina também alertou para as novas formas de violência decorrentes do uso indevido da tecnologia. “Hoje, a mulher é violentada também no ambiente digital, por meio de deepfakes, cyberbullying e uso de inteligência artificial para ataques à imagem. Precisamos de uma regulamentação efetiva das plataformas, que ainda se omitem diante desse problema, sob o argumento de que a responsabilidade é apenas do autor”, completou.

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A promotora e subprocuradora-geral de Justiça Administrativa, Januaria Dorilêo. Clique aqui para ampliar

Durante sua explanação, a promotora e subprocuradora-geral de Justiça Administrativa do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), Januaria Dorilêo, reforçou que a violência contra a mulher é estrutural e precisa ser tratada como política pública permanente.

“Tudo o que já acontecia no mundo real agora também acontece no mundo virtual. A extorsão sexual e a divulgação de imagens íntimas sem consentimento são exemplos de crimes que causam sofrimento psicológico intenso e precisam de respostas rápidas. Ainda que leis tenham representado avanços, é fundamental que o Legislativo avance na tipificação de novas condutas criminosas voltadas à proteção da mulher”, pontuou.

A defensora pública-geral Maria Luziane Ribeiro de Castro, presidente do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege), destacou a necessidade de ações práticas nos municípios, voltadas ao acolhimento das vítimas.

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A defensora pública-geral Maria Luziane Ribeiro de Castro. Clique aqui para ampliar

“Cerca de 75% das mulheres já sofreram algum tipo de crime digital. É urgente que os gestores criem espaços de acolhimento e redes de enfrentamento à violência. Esse acolhimento precisa ser humano e integral, com apoio psicológico, social e jurídico. A Defensoria pode ser parceira nesse processo”, afirmou. A defensora também apresentou iniciativas exitosas em outras regiões, como o projeto Defensoras Populares, que leva informação e conscientização às comunidades. 

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Já procuradora Francielle Claudino Brustolin, subprocuradora especial da mulher da Procuradoria da Mulher da ALMT, abordou o uso da inteligência artificial tanto como ameaça quanto como ferramenta de combate à violência.

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A subprocuradora especial da mulher da Procuradoria da Mulher da ALMT, Francielle Claudino Brustolin. Clique aqui para ampliar

“Apesar de ser usada indevidamente para violar direitos e alterar imagens femininas, a inteligência artificial também pode atuar a favor das vítimas. Já existem sistemas capazes de impedir a reinserção de conteúdos ofensivos removidos por decisão judicial. Precisamos investir nesse tipo de tecnologia para evitar a revitimização das mulheres”, explicou Francielle.

Realizada em parceria com a Fadisp, a pós-graduação em Gestão de Cidades integra a estratégia da atual gestão do TCE-MT, sob presidência do conselheiro Sérgio Ricardo, para fortalecer a capacitação contínua de servidores e gestores públicos. Com carga horária de 360 horas, o curso é coordenado pelo procurador-geral de Contas, Alisson Carvalho de Alencar, e conta mil alunos entre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários e técnicos municipais, além de servidores da administração estadual de Mato Grosso com formação superior

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Fonte: TCE MT – MT

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