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Compradores e consultores internacionais avaliam boas práticas de mineradoras de MT

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Membros da SBG, iniciativa público-privada da Suíça, conferem adequações às normas internacionais

Muito do imaginário popular ainda liga a mineração a uma forma de exploração pouco mecanizada e precária. De fato, se pegarmos os livros de história, a atividade econômica – reconhecida como o pontapé que gerou a descoberta do Brasil e mais especificamente, de Mato Grosso – era traduzida como quase orgânica. Mas uma breve passeada pela área minerada no estado traz outra visão.

Na baixada cuiabana, por exemplo, a mineração está alcançando patamares de atividade industrial, com a manutenção de boas práticas sociais e ambientais onde é exercida. E foi a própria cadeia que a envolve que originou essa demanda. Na última semana, consultores globais, representantes de refinarias e compradores vinculados à Swiss Better Gold (SBG) estiveram na região para se certificar desse cenário.

A SBG é um programa suíço que incentiva a produção sustentável de ouro. “Nenhuma empresa séria, seja de onde for, quer estar envolvida em uma atividade irregular ou degradante. E é isso que a Swiss Better Gold Iniciative trata, de uma iniciativa que confere responsabilidade social na mineração, desde a produção até o produto final”, explica o consultor global Thomas Hentschel.

No Brasil, a certificação da mineração como atividade sustentável está sendo intermediada pela Fênix DTVM, empresa mato-grossense membro do Instituto Somos do Minério. A empresa, regulamentada pelo Banco Central, atuou como agente facilitador da conversação entre mineradores e o programa suíço.

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“A Fênix já tem relação de confiança com as minas e ela tem atuado junto a nós nesse papel de facilitador. Ela está agindo como parte do processo de mudança e melhoria contínua na atividade da mineração. Temos quatro minas escolhidas para participar desse projeto piloto transformador no país”, pontua a consultora da SBG, Érika Cavalheiro.

Desenvolvido também em países como Peru, Colômbia e Bolívia, a iniciativa consiste em reconhecer, certificar e bonificar as minas que estão adequadas às normas nacionais e internacionais de mineração tanto sociais, tais como não praticar trabalho escravo e nem infantil, estar de acordo com as leis trabalhistas e oferecer segurança no ambiente de trabalho, quanto ambientais, que ressoam como preocupação mundial.

Entre estas, o tratamento de resíduos da mineração, desenvolvimento da gestão dos rejeitos, dentre outras medidas que, além de cumprir com obrigações normativas, desenvolvam projetos sociais e ou ambientais com impactos positivos para as comunidades localizadas nos arredores. O programa facilita ainda a comunicação dos pequenos produtores com os mercados internacionais

“A mineração em Mato Grosso hoje é quase toda automatizada, o que reduz os danos e garante sustentabilidade ao processo. Hoje, o que é visto no estado, é a realização de um trabalho industrial, altamente preocupado com as boas práticas sociais e ambientais. E ainda mais agora, com a atuação da Swiss Better Gold, essa evolução está sendo mais amplificada”, pontua Pedro Eugênio Procópio, diretor da Fênix DTVM.

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Vítor Hugo Moreira, diretor geral da Santa Clara Mineração, empresa focada na exploração de ouro na região de Poconé (104 km de Cuiabá), reconhece o impacto das técnicas de trabalho promovidas pela SBG. “Estamos nos adequando a todas as normas que nos foram apresentadas e queremos dessa forma, incentivar também que outras empresas se adequem e façam parte desse desenvolvimento”.

Toda adequação às diretrizes compactuadas com o mercado internacional, tem ainda outra instigação. Após atender as exigências, as plantas mineradoras serão beneficiadas com uma bonificação paga pela SBGI em parceria com o Secretário de Estado Suíço para Assuntos Econômicos – SECO, responsável por um fundo do grupo de grandes compradores suíços de ouro.

O pagamento de um dólar para cada grama de ouro comercializado para o grupo será revertido em ações socioambientais e desenvolvimento tecnológico, fator esse que tem sido preponderante no empenho das mineradoras, como testemunha Douglas Gimenez, responsável pela Cangas Mineração. Ele pontua que as medidas são importantes para as comunidades.

“As melhorias fazem sentido no dia a dia do trabalho, são mudanças que garantem mais segurança para os funcionários, por exemplo. Estamos nos enquadrando em questões que antes não tínhamos conhecimento sobre, mas agora recebemos essa orientação. E com isso, ainda temos a possibilidade de, com a bonificação, auxiliar ainda mais o entorno aqui da mineradora”, explica.

Por Dialum

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Temas amazônicos ganham destaque na Assembleia dos Bispos

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JB News

Da Redação

A Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, São Paulo, continua a todo vapor, conforme relatado pelo Arcebispo de Cuiabá, Dom Mário Antonio. Em meio a uma extensa pauta, os participantes trataram de diversos assuntos de relevância, especialmente voltados para a Amazônia e a doutrina social da Igreja Católica.

No decorrer do encontro, Dom Mário destacou a importância da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), que completou uma década de atuação incansável na região amazônica.

A REPAM tem desempenhado um papel fundamental na articulação das igrejas na Amazônia, especialmente nos regionais, promovendo uma verdadeira rede de evangelização.

Outro ponto abordado foi a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), uma instância composta por bispos, padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas, surgida a partir do Sínodo da Amazônia de 2019. A CEAMA se configura como um espaço de diálogo e ação conjunta para enfrentar os desafios e promover o desenvolvimento integral da Amazônia e de seus habitantes.

Além disso, a Comissão Episcopal para a Amazônia foi tema de discussão, especialmente no que diz respeito às questões indígenas, populações ribeirinhas e comunidades urbanas da Grande Amazônia. A preocupação com a realidade dos bairros e populações urbanas evidencia o compromisso da Igreja em atender às necessidades dos mais vulneráveis.

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A reflexão sobre a doutrina social da Igreja também ocupou espaço na agenda do dia. Dom Mário ressaltou a importância do estudo e conhecimento dessa doutrina, que fundamenta a justiça como vontade divina e os valores do reino de Deus, enriquecendo a dimensão social do Evangelho e orientando a ação das comunidades cristãs.

“A doutrina social da Igreja reconhece que o ser humano é sagrado para o cristianismo, e isso nos convoca a uma atuação efetiva em prol da dignidade humana e da justiça social”, afirmou Dom Mário.

A Assembleia Geral da CNBB prosseguirá até sexta-feira, dia 19, com a conclusão dos estudos, debates e momentos de celebração. A expectativa é de que as discussões e reflexões realizadas durante o evento contribuam para fortalecer o papel da Igreja na promoção do bem comum e na defesa dos direitos humanos, especialmente na região amazônica.

Além de Dom Mário, estão presente os bispos de Mato Grosso que representam as dioceses de Barra do Garças, Diamantino, Juína, Rondonópolis / Guiratinga, São Luis de Cáceres, Sinop e Primavera do Leste / Paranatinga.

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