POLITICA
Abílio diz que “problemaço” de Valdemar da Costa Neto com Wellington Fagundes sobre Janaína é familiar e não partidário e desdenha de pesquisas

JB News
por Nayara Cristina
Há pouco mais de um ano das eleições de 2026, Mato Grosso já vive uma antecipação do debate político que movimenta lideranças locais e nacionais. O Estado, majoritariamente conservador, tornou-se palco de embates internos envolvendo o PL, maior partido da direita no Brasil, e seus possíveis aliados.
Na última segunda-feira (15), o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, em entrevista à Jovem Pan, destacou que a legenda pretende disputar o governo de Mato Grosso e lançar uma chapa completa ao Senado. No entanto, ele também revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro já teria definido seu apoio a Mauro Mendes e José Medeiros na disputa ao Senado, gerando tensão entre os grupos locais.
No centro da polêmica está o senador Wellington Fagundes e seu filho, Elyton Fagundes, que tentam viabilizar a deputada estadual Janaína Riva (MDB), nora de Wellington, como candidata ao Senado pelo PL. A articulação enfrenta resistências, tanto pela ligação familiar quanto pelo fato de Janaína presidir o MDB em Mato Grosso, partido da base do presidente Lula. Para Valdemar, a situação é um verdadeiro “problemaço”, mais de ordem familiar do que político, o que tem gerado insatisfação dentro do PL e atrapalhado a condução do projeto do partido no Estado.
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), comentou sobre essa questão familiar e esclareceu:
— “A minha preocupação não é a Janaína em si, mas o grupo do MDB que enfrentou a gente nos principais municípios. Aqui em Mato Grosso, a esquerda é minoria. O Estado é conservador, e os números mostram isso. O PT não tem vereador, não tem prefeito, não tem força aqui. Nós representamos a maioria e trabalhamos pelos valores que acreditamos: família e princípios. Não temos a obrigação de agradar todo mundo, temos a missão de representar quem está conosco.”
Brunini também analisou o perfil político do Estado e reforçou a força da direita:
— “Gente, Mato Grosso é de direita. Mato Grosso tem lado. A esquerda pode gritar, mas é uma minoria. E é uma minoria que grita. Essa minoria, para mim, não me incomoda. Então, nós não nos incomodamos com isso, porque nós conhecemos o Estado que vivemos, conhecemos as pessoas que vivem, sabemos que elas são conservadoras. Nós não nos pautamos em comentários de veículos de imprensa, em comentários de redes sociais. Nós nos pautamos simplesmente pelos valores que acreditamos que representam a sociedade.”
Sobre o desempenho do PL nas eleições municipais e a ausência de representantes da esquerda, ele destacou:
— “Tanto é que o Rafael Ranalli, com toda a chacota que fizeram, com todo o ataque que fizeram a ele, está entre os vereadores mais votados. E o PT não tem nenhum vereador aqui. É fácil de contestar quando os fatos e os números apontam os resultados do nosso argumento. O Rafael Ranalli está aqui, a Samanta está aqui, a Paula está aqui. O PL elegeu quatro vereadores e o PT não elegeu nenhum.”
Brunini analisou ainda os deputados federais e estaduais:
— “Deputado federal? Nós temos quatro. O PT não tem nenhum. Deputados estaduais? Tem dois sobreviventes lá, não sei por quanto tempo, mas tem dois. Alguns foram cassados, outros envolvidos em rachadinha. Mas isso é o PT que faz o seu jogo lá. Agora, nós temos convicção: em Mato Grosso não se elege mais senador do PT, não se elege governador do PT, não se elege prefeito do PT.”
O prefeito destacou a importância de eleger senadores de direita para a construção de uma bancada forte no Congresso Nacional:
— “Além de cuidar das questões locais, recebi do presidente Bolsonaro a incumbência de trabalhar para eleger senadores aqui em Mato Grosso. A ideia é construir uma bancada forte, que defenda os valores da direita e fortaleça nosso projeto político no Senado Federal. Isso é fundamental para garantir que Mato Grosso tenha representantes alinhados com os nossos princípios no Congresso Nacional.”
Ele também analisou o papel do MDB no Estado:
— “E se o PT não conseguiu colocar um prefeito, por que um partido como o MDB, que tem três ministérios no governo Lula, que teve candidatos derrotados em 2024, vai conseguir fazer frente à direita em Mato Grosso? A minha preocupação não é Janaína, não é nada disso. É o grupo do MDB que enfrentou a gente nos principais municípios. O Carlinhos é pré-candidato a deputado, o Léo é pré-candidato a deputado lá em Primavera, o Tiago é candidato à reeleição em Rondonópolis, e aqui em Cuiabá têm outros nomes.”
Ele reforçou a missão de representar a maioria e não agradar a todos:
— “Pode ser que eles ganhem, é proporcional, é outra guerra. Mas uma coisa é o nosso papel: defender o nosso posicionamento político. E é isso que o presidente Bolsonaro nos deu como missão. Não é representar todo mundo, porque não dá para representar todo mundo. É representar a maioria. É representar aqueles que querem o nosso apoio.”
— “Eu respeito todo mundo. Na minha função de prefeito, tenho a obrigação de trabalhar para todos. Mas eu não tenho a obrigação de agradar todo mundo. Isso não existe. O Lula não agrada todo mundo. Ele governa para o nicho dele, para quem defende o aborto, para quem defende as drogas. Esse é o nicho dele.”
— “Nós trabalhamos para o nosso nicho. Nós queremos trabalhar para quem defende a família, para quem defende os nossos valores. Não estamos preocupados em agradar a esquerda, não estamos preocupados em agradar eleitor do Emanuel, eleitor do PT. Não estou preocupado com essa turma. Ah, mas eles querem trabalhar para eleger o Emanuel. Podem trabalhar para eleger quem quiserem. Aqui, nós vamos trabalhar para cuidar da nossa cidade e garantir que tenhamos representantes melhores, que coadunem com nossos valores.”
Além de Brunini, o vice-governador Otaviano Pivetta também aparece como pré-candidato a governador, pelo grupo de Mauro Mendes, mas tem adotado cautela, aguardando a definição do cenário nacional antes de avançar nas negociações estaduais.
Pesquisas recentes indicam movimentações significativas nas intenções de voto para governo e Senado, com prefeitos de cidades importantes, como Kalil Baracat (Várzea Grande), Thiago Silva (Rondonópolis) e Leonardo Bortolin (Primavera do Leste), sendo citados como atores de peso no processo.
O que se desenha é um tabuleiro eleitoral ainda indefinido, mas já marcado por embates internos e estratégicos. O PL, apesar de fortalecido, enfrenta dilemas sobre como equilibrar os interesses locais da família Fagundes com as diretrizes nacionais de Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto. A engrenagem da direita em Mato Grosso já está em movimento, mas ainda sem clareza sobre quem, de fato, conduzirá o projeto rumo às urnas em 2026.
Veja

Policial
Mauro Mendes repudia execução do ex-delegado Ruy Ferraz, como “um tapa na cara do Brasil”

*Veja vídeo*
JB News
por Alisson Gonçalves
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), manifestou indignação com o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e secretário de Administração de Praia Grande, Ruy Ferraz Fontes, ocorrido na última segunda-feira (15), no litoral paulista.
Ruy, que era considerado inimigo número um do PCC, foi perseguido no trânsito e morto a tiros.
Durante a inauguração da nova sede do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Cuiabá, Mauro classificou o crime como uma “vergonha” e um “tapa na cara da maioria dos brasileiros de bem”.
O governador destacou que a Segurança Pública no país vem se deteriorando e ressaltou que o assassinato de alguém que dedicou 40 anos à carreira policial evidencia a gravidade da situação.
“Aquilo pode acontecer com qualquer um. É um crime horrível contra alguém que dedicou a vida à segurança pública”, afirmou Mauro, ao comentar ainda sobre a polarização política no país.
Segundo ele, os conflitos entre direita e esquerda prejudicam o Brasil, desviando atenção de problemas estruturais como a alta dos juros, falta de investimentos e a segurança, que a cada dia se torna mais crítica.
O crime ocorreu quando Ruy Ferraz dirigia seu veículo e foi perseguido por criminosos em outro carro. As imagens de câmeras de segurança mostram o ex-delegado batendo em um ônibus antes de ser atingido por disparos, em uma emboscada planejada.
Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, Ruy atuou no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Denarc e no Decap, além de liderar a Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022, indicado pelo então governador João Doria.
Veja
-
POLITICA4 dias atrás
“Nó em Mato Grosso”: Bolsonaro define Medeiros e sinaliza apoio a Mauro Mendes, mas impasse com MDB trava alianças “Nacional definirá governo e segundo voto ao senado” diz Ananias
-
Policial6 dias atrás
Polícia faz buscas em residência de investigados pela morte de personal trainer executada a tiros em Várzea Grande
-
Policial7 dias atrás
Delegado revela frieza de filha adolescente de 13 anos que matou a mãe com mata-leão com ajuda de amigos “Perguntava porque”
-
Policial7 dias atrás
Quem era o ‘Bispo das Promessas’: o empresário por trás da pirâmide milionária desmontada em Cuiabá
-
Turismo7 dias atrás
Ministério do Turismo reitera compromisso com a sustentabilidade e a proteção de crianças e adolescentes no setor
-
Política Estadual7 dias atrás
Audiência debate feminicídio em MT
-
Policial7 dias atrás
Polícia Civil prende 4 faccionados envolvidos em dois homicídios em Juruena
-
Policial7 dias atrás
Polícia Civil deflagra operação contra fraudes na OLX e prende suspeitos em Mato Grosso e no Pará